Por Paulo André Alves
Quanto tempo você passa sentado todos os dias? Já parou para pensar que você pode ser ou estar se tornando sedentário? Muita gente, principalmente durante a pandemia, ou está sentado trabalhando em home office ou sentado no sofá assistindo televisão. Mas afinal, ficar tanto tempo assim sentado pode fazer mal para a saúde? Quanto de exercício físico é necessário fazer diariamente para que o corpo não seja prejudicado?
Uma pesquisa com 44.370 pessoas, publicada no British Journal of Sports Medicine, respondeu a esta pergunta: são necessários, no mínimo, 40 minutos diários de atividade física de intensidade moderada a forte para que o resto do dia sentado seja compensado. Esse número é baseado em uma média de 10 horas em que as pessoas ficam paradas e quietas em frente ao computador ou a televisão, por exemplo.
O estudo acompanhou homens e mulheres, de quatro países diferentes, por um período de quatro a catorze anos e meio. É importante ressaltar que todos eles possuíam algum tipo de dispositivo de monitoramento capaz de mostrar exatamente os esforços diante de cada exercício físico realizado. Diversas análises foram feitas: combinações de atividade física de moderada e alta intensidade, bem como o tempo de sedentarismo e regressão dos riscos proporcionais. Os cientistas também informaram que esportes mais intensos como ciclismo e caminhadas rápidas podem diminuir o risco de morte precoce. Durante os estudos, 3.451 participantes morreram. A taxa de mortalidade ficou em 7,8%.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde também se posicionou sobre o tema e recomendou uma dose ainda maior de atividade física diária, de 50 a 60 minutos. Segundo a OMS, até 5 milhões de mortes por ano no mundo poderiam ser evitadas se a população se exercitasse mais.
Estatísticas do órgão apontam que um a cada quatro adultos e quatro a cada cinco adolescentes, não praticam exercícios diários suficientes. Os números são preocupantes, pois esses adolescentes virarão adultos extremamente sedentários.
Mundialmente, por conta desse sedentarismo, é estimado um gasto de US$54 bilhões em assistência médica e outros US$14 bilhões em perda de produtividade.
Conversamos com Angélica Collado, graduada em medicina e editora do portal Saudável&Forte, a respeito do tema. Ela nos passou algumas informações valiosas a respeito do tipo de exercício que podemos fazer para completar o mínimo necessário, de acordo com o Estudo Britânico e com a OMS.
“Existem pessoas que realmente não possuem tempo ou condições de se deslocar até uma academia. Por isso vou falar aqui de alguns exercícios que podem ser adaptados para que sejam incluídos nesses 40, 50 minutos diários de forma complementar. Realize atividades como subir escadas, seja em casa ou no trabalho. Prefira isso ao invés de utilizar o elevador. Que tal praticar yoga ou dança? É possível realizar essas atividades de casa mesmo. Outra dica bem legal é estacionar o carro bem longe do supermercado ou shopping, para poder caminhar mais até o seu destino. Prefira também andar de bicicleta ao invés de dirigir o carro”, afirma a especialista em saúde.
Ela ainda reforça que o exercício físico é fundamental para prevenir e controlar doenças e transtornos como: problemas cardíacos, diabetes tipo 2, câncer, depressão e ansiedade, além de problemas de memória. É importante frisar que eles também melhoram a imunidade e a saúde mental, principalmente em tempos de pandemia.
Você ainda não pratica exercícios físicos? Comece o quanto antes! Seu corpo agradecerá e você terá mais qualidade e anos de vida pela frente.