Após dois anos parado para manutenção, o maior acelerador de partículas do mundo foi religado no último dia 5 de abril, e com um plano ambicioso: fazer descobertas sobre as origens do universo. Em Genebra, o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN) retomou os trabalhos do acelerador de partículas com uma potência duas vezes superior àquela que foi utilizada para descobrir o Bóson de Higgs, um dos maiores feitos da história da física.
O acelerador de partículas irá fazer prótons circularem pelo túnel a uma velocidade recorde e então os cientistas promoverão choques para simular o que teria sido os instantes que se seguiram ao big-bang. Uma das esperanças é de que as descobertas ajudem a montar um quebra-cabeça que muitos consideram sem solução: a revelação da natureza da matéria escura.
Max Abans, pesquisar, físico e astrônomo do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), explica que a matéria normal, ou seja tudo que pode ser tocado ou percebido pelos meios atuais ou energia eletromagnética, representa apenas 4% da matéria que existe no universo, o resto é matéria escura, responsável por 23% do total, e energia escura.
Na década de 50, astrônomos, enquanto estudavam galáxias, descobriram que as estrelas e matérias que estava nas bordas de galáxias espirais tinham uma velocidade de rotação em torno do centro das galáxias praticamente igual às das estrelas que estavam no centro, ou seja, a velocidade dos objetos estudados não era compatível com as equações matemáticas da cinemática.
A conclusão é que aqueles objetos possuíam mais massa do que era visível e essa massa invisível, como não absorve nem emite luz, foi chamada matéria escura. Para o caminho que se traça hoje milhões são investidos para conhecer cada vez mais o nosso universo e se chegar aos primórdios da sua criação, além de encontrar novos planetas e indícios de vida.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM