“O hábito de estudar mais não está associado a diferenças nos danos ao cérebro”
Pessoas com mais estudo são mais capazes de lidar com os efeitos físicos da demência, e até mesmo um ano extra de educação pode reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença cerebral, disseram cientistas nesta segunda-feira.
As descobertas de pesquisadores do Reino Unido e da Finlândia podem ter importante implicação para a saúde pública num momento em que as populações de muitos países estão envelhecendo rapidamente e a expectativa é que os números de demência aumentem bruscamente.
Os pesquisadores descobriram que pessoas que vão para a universidade ou faculdade após saírem da escola parecem ser menos afetadas pelas mudanças do cérebro associadas à demência, do que aquelas que param de estudar mais cedo.
“O hábito de estudar mais não está associado a diferenças nos danos ao cérebro, mas as pessoas com ensino superior podem lidar melhor com esse prejuízo”, disse Hanna Keage da Universidade de Cambridge, que trabalhou no estudo com uma equipe anglo-finlandesa.
Durante a última década, os estudos sobre demência têm mostrado que quanto mais tempo se gasta em educação, mais baixo é o risco de demência -mas até agora os cientistas não sabiam se isso acontecia porque a educação de alguma forma protegia o cérebro contra os danos, ou porque tornava as pessoas mais capazes de lidar com o problema.
Neste estudo, publicado na revista Brain, exames “post mortem” mostraram que as alterações no cérebro foram semelhantes entre os que foram educados por mais tempo e aqueles que não foram, mas os efeitos da doença nas pessoas mais educadas foram atenuados pela maior capacidade de lidar com eles.
Fonte: Folha.com