O esporte é um espaço que contagia, faz amigos e principalmente move multidões apaixonadas e por esse motivo, passa a ser um trampolim para a atividade política partidária e eletiva. Assim principalmente no Brasil onde culturalmente existe uma baixa consciência politica e coletiva e uma irresponsabilidade nas decisões de escolhas de votos em várias funções dentro do ambiente político, possibilitando a eleição de personalidades do esporte muito mais por apelo da paixão por uma modalidade esportiva do que por natureza de consciência coletiva. Vou aqui exemplificar através dos dois mais populares clubes de futebol do Brasil: Flamengo e Corinthians. O Corinthians teve seu presidente Andréz Sanches eleito como deputado federal. Após assumir o cargo político o desempenho do executivo do Corinthians se complicou de várias maneiras, mas principalmente por estar dependendo de sua popularidade para conseguir sua reeleição na câmara de deputados e quando isso acontece o político acaba ficando refém de seus eleitores interferindo nas decisões e nos resultados. O Flamengo tem tradição nesse quesito, pois desde a época do Presidente Marcio Braga que se reelegeu várias vezes tanto para presidente do Flamengo quanto para deputado Federal, chegando a conciliar os dois cargos de maneira simultânea e comprometendo a gestão de ambos os cargos. Recentemente o ex-presidente Eduardo Bandeira de Melo também tentou a carreira política após conseguir efetuar as transformações no Flamengo, tornando o clube de melhor condição financeira do Brasil. O vice-presidente de futebol do Flamengo Marco Brás que foi o responsável pela formação do time histórico e imbatível de 2019, se candidatou para as ultimas eleições como vereador da cidade do Rio de Janeiro e foi o vereador mais votado nesse pleito e se prepara para se candidatar ao cargo de deputado pelo estado carioca. Após assumir a vereança, seu desempenho como gestor do futebol do Flamengo passou a ser constantemente contestado, isso reflete no desempenho atualmente desse elenco milionário, mas que não gera um desempenho compatível com os investimentos. A diretoria de futebol do Flamengo está perdida diante de várias crises em que cada hora surgem novas cenas de um roteiro que somente a torcida do Flamengo sabe contar. O presidente do clube Rodolfo Landim, omisso diante dessa situação, tem feito o mesmo de outra forma ao se aproximar e apoiar o atual presidente da República Jair Bolsonaro, comprando uma briga com a Rede Globo de Televisão. Não por acaso, o Presidente Landim foi convidado a fazer parte do conselho de administração da estatal Petrobrás e somente não assumiu por pressões de várias alas tanto do clube quanto da política. Esses são somente dois exemplos, pois essa prática acontece em todos os esportes no Brasil e fica evidente que a cegueira gerada pela paixão no esporte acaba por ser um cupido que facilita casamentos do esporte com a política que normalmente não tem um final feliz.
Pelo menos essa é a minha opinião!