A equipe do Serviço de Cirurgia Cardivascular do Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Itajubá, chefiada pelo Dr. Alexandre Hueb, realizou o primeiro transplante de coração no Sul de Minas.
Ter como oferecer um tratamento como este para um morador da região, que muda a história da vida da pessoa, sua perspectiva em relação à longevidade e qualidade de vida é um privilégio, declara Dr. Hueb. Passado pouco tempo de realizada a operação o paciente saiu da Unidade de Terapia Intensiva, sendo encaminhado para e enfermaria no momento em que ocorria esta entrevista. A previsão é que em poucos dias o paciente retorne para casa e a suas atividades normais, comenta com satisfação o cirurgião.
“Tanta tecnologia agregada e profissionais capacitados, não apenas ao transplante de coração, como também aos diversos tipos de procedimentos que já são realizados em Itajubá, como transplante de rins, de fígado, colocam o Hospital Escola num patamar privilegiado frente a outras instituições que não são metropolitanas. Isso nos orgulha muito “, ressalta Dr. Hueb.
O transplante de coração é a retirada do órgão deficiente e a substituição por outro saudável, proveniente de doação. Esta substituição confere ao paciente uma qualidade de vida e uma longevidade que não seriam conseguidos através de outros procedimentos terapêuticos.
Para o cirurgião, o procedimento realizado é um feito, considerando que 50% dos pacientes que aguardam a doação do órgão morrem na fila. Em todo o estado de Minas Gerais havia apenas Belo Horizonte com central transplantadora. A logística é muito complicada, explica.
Dr. Hueb, aproveita a oportunidade e convida as pessoas a serem doadores de órgãos, para que essa fila diminua.
O procedimento está credenciado pelo SUS, sendo assim, para qualquer pessoa que tenha a indicação da cirurgia, é possível fazê-la. Para o Sistema Único de Saúde é mais interessante pagar por um transplante do que arcar com o custo de internações, medicamentos e tratamentos que podem durar anos, enquanto que, uma vez transplantado, o acompanhamento ambulatorial continua, porém não são tão onerosos.
Perguntado pelas causas que podem levar uma pessoa ao transplante, Dr. Hueb fala de forma contundente alertando que precisamos nos cuidar. “A partir de um momento em que o coração sofre um desgaste, ele não se recupera. Por exemplo, se uma pessoa fumou a vida inteira, é impossível que isso não tenha provocado um desgaste no coração, ou alguém que seja hipertenso, ou diabético, ou sedentário, processos não saudáveis, má alimentação. Tudo isso gera desgaste ao longo do tempo e não tem volta”. Algumas situações são possíveis controlar, como o sedentarismo, a obesidade, o hipertenso que recusa o tratamento medicamentoso. Casos como esses, após um exame clínico, as pessoas são orientadas a mudar esses hábitos de vida ou a tratar esses problemas que eventualmente se tenha. Em casos extremos esses pacientes são colocados em fila para transplante.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM