Nathália Sarah Ribeiro Santos, de 9 anos, é uma prova de que a leitura pode ser uma ótima opção para o período de férias. A estudante, que em 2012 vai cursar o 4º ano do ensino fundamental na Escola Estadual Olímpia Rezende Pereira, em Belo Horizonte, aproveita o recesso escolar para passear pelas páginas dos livros. “Eu adoro ler. Na minha casa tenho um saquinho que tem mais ou menos 10 livros. Eu já li quase todos, só falta um que tem 100 histórias”, conta. Em 2011, Nathália leu mais de 50 livros e este ano ela está empenhada em conhecer muitas outras histórias.
A estudante está entre os 143 mil de alunos da rede estadual que participaram do último Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa), cujo resultado foi divulgado em dezembro de 2011. O Proalfa testa os níveis de leitura e escrita dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental e os resultados mostraram que 88,9% sabem ler e interpretar textos em um nível considerado recomendável.
A proficiência média da escola onde Nathália estuda foi 653,49, enquanto a média do Estado foi de 603,81. Mais importante que os números, contudo, é fazer com que todos os alunos sigam o exemplo da assídua leitora, e tomem gosto pelos livros. Segundo a diretora da Escola Estadual Olímpia Rezende Pereira, Silvana Pires de Carvalho, para alcançar esse objetivo, a escola desenvolve diferentes projetos de incentivo à leitura. Entre eles o ‘Ler é Viver’, iniciativa que é fruto de uma parceria com o Instituto Gil Nogueira e tem por objetivo estimular a leitura entre os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental.
“A escola começou a desenvolver o projeto em 2007 e, desde então, o desempenho dos alunos vem só crescendo e eles ficam cada vez mais entusiasmados para ler. Conforme os alunos passam de ano, eles vão lendo mais e o desempenho, em todos os conteúdos, melhorando”, ressalta Silvana.
O incentivo à leitura faz com que os alunos da escola busquem ler cada vez mais. Esse é o caso do estudante do 4º ano do ensino fundamental Lucas Marques Brandão Reis, de 8 anos. Ele confessa que lê menos no período de férias, mas não larga os livros. “Nas férias eu estou lendo menos, mas não deixo de ler. No último ano, eu li mais ou menos 30 livros. Para este ano, quero ler uns 50”, planeja.
A aluna do 4º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Governador Magalhães Pinto, no município de Senhora dos Remédios, Maria Fernanda das Graças Coelho Passos, 9 anos, também está aproveitando as férias para ler. Para a estudante, o momento dedicado à leitura ajuda em seu desempenho escolar. “Eu gosto muito de ler. Na escola a professora sempre fala que devemos ler bastante. Quanto mais eu leio, melhor fica minha memória e meu desempenho. Nas férias eu já li tantos livros que até perdi a conta”.
Com o projeto ‘Dinamização da Biblioteca Escolar’, os estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Governador Magalhães Pinto têm, toda semana, um momento de realização de diversas atividades na biblioteca. Por trinta minutos, cada turma conta e reconta histórias, faz interpretação oral dos textos e arte com dobraduras a partir das histórias lidas. O objetivo da ação está em dinamizar e reativar o uso eficiente da biblioteca. A escola também é destaque nas avaliações do Proalfa, com proficiência média de 671,35 em 2011, enquanto a média do Estado era 603,81.
Programa de Avaliação da Alfabetização
O Proalfa identifica os níveis de aprendizagem em relação à leitura e à escrita dos alunos e é parte da estratégia da Secretaria de Estado de Educação (SEE) para alcançar a meta de que em Minas toda criança saiba ler e escrever até os oito anos de idade. Os testes são anuais e aplicados em todos os alunos das redes estadual e municipais nas escolas urbanas e rurais, e identifica o nível de aprendizado de cada aluno. O intervalo entre a aplicação dos testes e o resultado possibilita ações de intervenção na aprendizagem.
Os resultados do Proalfa em 2011 apontam um crescimento de 2,7% comparado ao exame de 2010, quando o desempenho dos alunos do 3º ano do ensino fundamental que estavam no nível adequado de letramento foi de 86,2%. Quando a comparação se refere ao primeiro ano de aplicação do Proalfa, em 2006, o crescimento é maior. Naquele ano, 48,6% dos alunos estavam no nível recomendável.
Formando leitores
O ‘Ler é escrever’ é realizado semestralmente. As escolas participantes recebem do Instituto Gil Nogueira um kit composto por 40 livros literários que são trabalhados pelos professores em sala de aula. Ao término do semestre, há uma premiação para os estudantes que conseguiram ler o maior número de livros. Em ordem decrescente de livros lidos, os estudantes são classificados nas categorias: Diamante, Ouro, Prata e Bronze e em cada uma delas recebem prêmios que variam de estojo escolar a aparelho de som.
Fonte: Agência Minas