Refletir sobre a Independência nos leva a questionar o verdadeiro significado de ser independente. Muitas vezes, confundimos independência com a ausência de vínculos ou dependências externas, mas ser independente vai além disso. Envolve a capacidade de se sustentar emocionalmente, financeiramente e intelectualmente, sem perder de vista o senso de comunidade e interdependência que nos define como seres humanos. A verdadeira independência é, paradoxalmente, um reconhecimento das nossas conexões e responsabilidades com o outro, uma compreensão de que somos autônomos, mas não isolados.
Liberdade, por outro lado, é um conceito mais amplo, que abrange não apenas o direito de agir conforme nossa própria vontade, mas também a capacidade de discernir e escolher nossos próprios caminhos com responsabilidade e consciência. Liberdade é a oportunidade de expressar quem somos, de viver de acordo com nossos valores e de buscar nossos sonhos, sem as imposições de restrições injustas. Contudo, essa liberdade só é genuína quando exercida com respeito pelos direitos e liberdades dos outros, entendendo que nosso espaço termina onde começa o do próximo.
A reflexão sobre a Independência nos convida a reconsiderar nossas próprias noções de autonomia e liberdade. Ser independente não é necessariamente viver sem ajuda ou apoio, mas sim ter a coragem de buscar e construir o próprio caminho, com os recursos e valores que cultivamos ao longo da vida. E a liberdade, por sua vez, é a prática contínua de escolher conscientemente, respeitar limites, tanto os nossos quanto os dos outros, e agir de acordo com princípios que nos engrandecem como indivíduos e como sociedade. Ambos os conceitos, interligados, nos convidam a um exercício de autoconhecimento e de construção coletiva, sempre em busca de um equilíbrio entre ser e coexistir.
Por Guilherme Torres Pereira