Volta e meia alguém se queixa:
– Não queria ter dito ou ter feito isso!
Como assim? Então, por que fez? É o que a gente pensa, não é?
Pois é por aí que vai a minha reflexão. Se me permito perguntar por que o outro fez, deveria antes ter o hábito de me perguntar por que eu fiz, não? Pela lógica, não seria mais fácil ver como as coisas se dão em mim do que nos outros? Afinal, se eu não conseguir ver isso em mim mesma, não há de ser no interno de outra pessoa que vou ver, não é mesmo?
Não sei se você vai concordar, mas parece ser mais fácil observar o outro.
Minha mãe já me falava que eu deveria ter esse olhar voltado para dentro de mim mesma, antes de julgar o outro. Mas não me contava a maneira de proceder para tanto … De qualquer forma, eu sempre tentei fazer o que ela buscava me ensinar, embora com pouco sucesso.
Quando encontrei a Logosofia, fui apresentada a uma concepção de ser humano que eu ainda não conhecia. Comecei a aprender a respeito do nosso funcionamento mental e sensível, além também de como a observação da minha psicologia era essencial para aquela realização que minha mãe me aconselhava fazer. Entendi que teria de empreender um estudo da minha própria realidade interna, que teria de conhecê-la a fundo!
Assim, precisava conhecer meus pensamentos negativos, bem como meus valores e acertos, e me dei conta de que estes é que me fortaleceriam para encarar, com firmeza e determinação, os equívocos em meus pensamentos e em minha conduta.
Uma importante revisão de conceitos, nesse momento, foi essencial, especialmente o conceito de pensamentos e da função de pensar.
Foi quando entendi que os pensamentos que tenho nem sempre vêm da minha própria ação de pensar, mas que eles podem se transferir para a minha mente nos ambientes por onde circulo, conseguindo me influenciar sem que eu mesma perceba, ou seja, têm vida própria.
Agora, consciente de que tenho uma estrutura interna, esforço-me por entendê-la e organizá-la com a ajuda dos ensinamentos logosóficos, o que me possibilita ver com clareza e modificar essa realidade.
Aí, meu amigo, nem sobra mais tempo para prestar atenção no que os outros estão fazendo ou pensando… A menos que seja para me auxiliar na observação de mim mesma.
Dentre as primeiras conquistas proporcionadas pelo estudo logosófico, surgiu a confiança naquilo de bom que já havia em mim – capacidades, valores e possibilidades.
Aprendi de que forma devo me proteger das ilusões e crenças a respeito de mim mesma e tenho me exercitado bastante nesse propósito.
Hoje, quando alguém exclama: “Não queria ter dito [ou ter feito] isso!”, penso comigo: “Sei bem como acontece. E procuro dar início a uma boa conversa:
— Se eu puder ajudar de alguma forma…