“Pois, não existe! E se não existe, como é que se pode se contratar pacto com ele? E a idéia me retoma. Dum mau imaginado, o senhor me dê o lícito: que, ou então – será que pode também ser que tudo é mais passa – do revolvido remoto, no profundo, mais crônico: que, quando um tem noção de resolver a vender a alma sua, que é porque ela já estava dada vendida, sem se saber e a pessoa sujeita está só é certificando o regular dalgum velho trato – que já se vendeu aos poucos, faz tempo? Deus não queira; Deus que roda tudo! Diga o senhor, sobre mim diga.”
Pensar no não tempo ou no atemporal ou na perspectiva do eterno, é pensar sem saber, é pensar onde habita o ser. Esse pensar resolve o dilema do ovo e da galinha e sobre quem veio antes. Pensar na perspectiva da eternidade é algo difícil para quem observa o nascer e o morrer e aprende que a cada dia, que a vida passa…
Mudar o pressuposto ou quem sabe elevar o pensamento ao ponto de conceber estas duas possibilidades simultaneamente ocorrendo, eleva o homem e o humano a um novo patamar de observação. O patamar da possibilidade de entrar em comunhão com tudo aquilo que não está manifesto na realidade da matéria. Tudo que ai habita está além do acessível ao nosso atual estado de consciência. No vídeo abaixo, Dean Radin oferece uma explicação sobre a relação do tempo com a consciência; o tempo realmente existe ou é uma ilusão?
http://www.youtube.com/watch?v=5eYycK5a30Q
Para os interessados, vale acessar a sequência de vídeos sobre a questão, no site:http://www.youtube.com/user/scienceandnonduality
Nesse plano pleno o eterno que tudo “observa” e “permite”, o temporal, como pipoca, explode a partir do milho e floresce para encontrar-se consigo mesmo.
Não é simples admitir o temporal e o eterno como realidades coexistentes e intrincadas, pois é preciso se aventurar a deixar de pensar em como as coisas podem ser ou não ser e permitir que ser ou não ser possam estar ocorrendo simultaneamente! Mas quem sabe? Eu não sei, eu acho…
No eterno é possível encontrar tudo o que não está materializado, manifesto, enfim tudo o que não se sabe. De certa forma pensar na perspectiva da eternidade é uma forma de saber. Não é um saber sabido não, mas um saber sabendo! É um lugar que até o particípio e o gerúndio se encontram, mas não brigam. É um lugar em que o saber liberta, não mais aprisiona em conceitos unilaterais e cumulativos.
Eterno e temporal, irmãos que se encontram no caminho estreito onde o saber e a Sabença se encontram para o banquete da vida que é luz, mas é amor também.