Pois é, infelizmente, também há adeptos para qualquer tipo de pecado: mata-se por dinheiro, as novelas têm melhor ibope do que as missas, a fama é mais valorizada do que praticar a caridade no anonimato, revistas pornográficas vendem em grandes quantidades enquanto a Bíblia fica jogada num canto da casa…
Quanta gente pode estar lendo isto e pensando: ‘Viver não é só rezar e nada mais’. Concordo, mas exagerar nas coisas erradas sem se arrepender, caminhando para o inferno, é demais para a minha compreensão. Tem gente que diz ser incapaz de perdoar e vive pedindo perdão a Deus. Reza o Pai-nosso somente da boca para fora!
Como o Criador é amor, precisamos nos abrir a esse amor para sermos salvos. Quem se volta para Deus, recebe o perdão dos pecados e caminha rumo ao Céu. Pena que, ao invés disso, muitos preferem ficar na escuridão e se afundar na incredulidade.
Eu continuo tentando me aproximar de Jesus a cada dia, principalmente quando lembro o quanto Ele me ama. Os ‘milagres’ que recebi foram em grande número e até escrevi um livro contando, porém, recordo algumas graças que nunca narrei. Podem parecer pequenas, mas, sem elas, talvez eu nem estivesse escrevendo este artigo.
Em novembro de 1973, fui a Campinas assistir algumas aulas de revisão no Curso Mac Poli Vestibulares. Fiquei hospedado numa república de amigos durante 40 dias. Certa manhã, ao perceber que um colega ainda não havia se levantado do beliche, comecei a fazer-lhe cócegas, pedindo que acordasse. De repente, ele desferiu um forte ‘coice’ e encaixou o calcanhar no meu olho direito. Fui jogado para trás e me desesperei por não estar enxergando quase nada.
Durante a aula, ao invés de prestar atenção no assunto, testava sucessivamente a visão, mas nada de enxergar. Como o jogador Tostão havia encerrado a carreira recentemente por um problema no olho, conclui que, como ele, a minha retina havia se descolado. Então, toda a esperança de cura recaiu na oração e comecei a rezar, rezar e rezar. No dia seguinte, tudo se normalizou. Hoje, meus olhos veem claramente os caminhos de Jesus Cristo à minha frente.
Também há mais de trinta anos em Monte Sião, eu voltava a pé da casa da Fátima, ainda minha namorada, numa noite muito fria. Não havia ninguém na rua e resolvi correr um pouco para me aquecer e terminar de assistir um jogo na televisão. Ao chegar na praça, tropecei e fui de cabeça na quina da calçada. Lembro que vi a um palmo de distância a quina de pedra à minha frente quando desviei o rosto. Levantei com a calça rasgada, mas dando graças a Deus por estar com a cabeça inteira. Foi um tremendo susto e uma grande bênção.
Um terceiro fato marcante ocorreu em 1994, quando eu e a Fátima íamos para Campinas aplicar o vestibular da UNIFEI. Perto de Itapira, devido à chuva pesada, parei o carro no acostamento e, em seguida, fomos atingidos por um veículo em alta velocidade. Resumindo a história, o meu Fiat Uno ficou completamente destruído na parte de trás e a seguradora deu perda total. Se tivesse alguém sentado no banco traseiro, provavelmente teria morrido.
Eis a providência Divina: todo ano meus filhos me acompanhavam nessa viagem; a única vez que isso não aconteceu foi naquele dia. Meio de última hora, eles ficaram e se salvaram. Além disso, se o violento impacto não tivesse sido exatamente no pneu traseiro esquerdo, a lataria do veículo não nos protegeria e teríamos nos machucado bastante, com certeza. Eu apenas cortei o supercílio.
Se estas graças foram as menores, imagine quanto Nossa Senhora e seu Filho já me ajudaram! Portanto, se alguém me considera muito ‘rezador’, já sabe os motivos que me levaram a isso, além da missão que tenho de evangelizar.
E concluindo, conta-se que havia um pastor que, independente do que lhe acontecesse, rendia graças a Deus, como orienta a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses: “Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.
Certo dia, ele foi assaltado e o fato gerou tristeza, mas também muita curiosidade em saber, no culto seguinte, como ele iria relatar o caso e se conseguiria agradecer pelo assalto. Então, no domingo pela manhã, o pastor deu início à sua pregação, dizendo que lhe fora subtraída a carteira com algum dinheiro. Afirmou que gostaria de compartilhar com a comunidade quatro motivos de agradecimento a Deus pelo assalto:
Antes de encerrar a reflexão, o pastor falou: ‘Tem gosto pra tudo, mas o gosto da gratidão tem um sabor especial’.