Cansei!! Chega de máscara!! Vou tirar a minha. Não aguento mais andar com ela para tudo que é lado.
Desculpem-me todas as autoridades, mas peço-lhes que me deem somente um minutinho para lhes explicar as minhas razões.
É que não aguento mais carregar comigo a máscara da personalidade¹ (que vem de persona), ou seja, esta máscara que represento, isto é, um personagem que não sou eu, e sim, uma envoltura de meu verdadeiro ser, que não tem nada a ver com esta máscara da personalidade que uso para conviver e me relacionar.
Esta máscara me impõe que aparente ser o que não sou; pois me obriga a representar um papel ridículo de que seja superior aos meus semelhantes, de que seja mais esperto, mais bonito, mais inteligente, mais, mais, mais ….
Quero ser verdadeiramente quem eu sou, ou seja, um simples ser humano, com muitos defeitos e imperfeições, mas também com valores e capacidades para poder superá-los.
Quero ser mais humilde, mais generoso, mais bondoso, enfim, quero ser mais humano.
Sei que não é fácil tirar a máscara, mas com boa vontade e conhecimentos específicos, poderei um dia me libertar desta máscara que sufoca o meu verdadeiro ser, a minha natureza espiritual que vive e anima o ser que sou.
E você, gostaria de tirar sua máscara?
Muitos confundem o termo “personalidade” com dignidade, autoridade moral, prodígio nas letras, nas artes ou no próprio saber, sem se advertir que a grandeza de alma jamais pode abrigar-se na pequenez insuportável da mesquinha personalidade humana. A individualidade, ao contrário, é fruto da evolução, do cultivo constante das qualidades morais e psicológicas latentes no ser. Mas é, antes de tudo, quando se forma conscientemente, o espírito mesmo emergindo do interior da própria existência
Do livro Curso de Iniciação Logosófica
Um pensamento de Marco Cohen