Aprendemos a somar, subtrair, aprofundamos nossa noção de cidadania, entendemos conflitos históricos que delinearam o mundo como o conhecemos e lidamos com questões da ciência capazes de assustar qualquer criança ou jovem. Diante de tudo isso, o mais importante: aprendemos a aprender.
Mas, será que aprender é suficiente?
Uma pessoa ensina, muitas aprendem. Quando temos características diferentes, simplesmente somos obrigados a nos adequar, a fazer parte do conjunto vigente de regras. Sem perceber, incutimos em nosso dia-a-dia o modo mais simples de fazer a hora passar: reagimos aos estímulos externos de forma passiva, preferindo terminar a começar, resolver a propor. Onde fica a iniciativa? O gosto pelo novo? O risco?
Então entram em cena os tabus, as questões delicadas que dizem respeito à individualidade de cada cidadão. Certos aspectos de nossas vidas são propositalmente deixados em “caixas de pandora”, tratados como assuntos de dimensões menores, coisas que acreditamos que “é melhor deixar para lá”. Por quê?
“Somos treinados a nos adequar, não a nos destacar, e a maneira mais fácil de nos adequarmos é nunca iniciar. Na verdade, passamos a maior parte de nossos dias esperando permissões para começar” – Seth Godin.
Fazemos questão de não avançar?
Guardamos no autoengano a chave de nosso verdadeiro potencial, mas geralmente não sabemos disso (ou preferimos não assumir essa responsabilidade). E continuamos a agir conforme o que se espera simplesmente porque os custos de enfrentar o sistema são desconhecidos (e o desconhecido pode ser perigoso).
Viver na zona de conforto é muito mais simples que a opção de inspirar e liderar. Dá menos trabalho, mexe pouco com o status quo, assusta pouco quem amamos e não implica correr riscos. Mas, convenhamos, esperar, torcer e fazer parte não combina com fazer a diferença, não é mesmo?
É verdade que a zona de conforto assegura bem-estar social, relacionamentos estáveis e algum crescimento profissional. Concordo, mas a contrapartida é perigosa (e silenciosa). Ao abrir mão do que realmente gostamos e queremos, daquilo que essencialmente nos faz rir e sorrir, passamos a cumprir expectativas ao invés de simplesmente ignorá-las.
Logo passamos ao outro a responsabilidade de nosso próprio sucesso. Aonde essa decisão vai nos levar, já sabemos. Não admitimos, mas já sabemos. Fica o convite: enfrente seus desejos da mesma forma que enfrenta seus problemas, levando-os a sério e agindo para alcançá-los.
No final, não se trata de “fazer mais com menos”, mas simplesmente de fazer! Vamos começar? Vamos arriscar? Vamos “sair da caixa” ou “abrir a caixa de pandora”?
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