O Brasil por várias razões é um país cheio de discriminações de varias formas. A questão de gênero tem sido evidenciada, e isso é um grande avanço, pois desvenda as faces de uma cultura machista que está em todas as classes e regiões. A primeira mulher brasileira a participar das Olimpíadas foi Maria Lenk, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932 e foi em Barcelona que a nossa Luísa Parente se tornou a primeira ginasta brasileira a participar de duas Olimpíadas. O esporte pelo nível de dependência física tem esse fenômeno cultural ainda mais acentuado, mas em Tóquio 2020 as mulheres vem fazendo muito barulho tanto dentro do espaço esportivo como também nos bastidores. Tenho absoluta convicção que estarei cometendo injustiças com muitas mulheres por esquecê-las ou mesmo não ter conhecimento de muitos fatos que mereceriam estar nessa crônica, mas vou apresentar algumas situações: Pela primeira vez na história das olimpíadas tivemos uma narradora brasileira trabalhando nas transmissões esportivas. Pela primeira vez tivemos uma equipe decidindo substituir uniformes mais confortáveis em detrimento daqueles desconfortáveis, mas que geram sensualidade e erotismo, satisfazendo o mundo consumidor machista. Tivemos uma adolescente ganhando medalha para o Brasil e sendo a mais nova atleta da história das Olimpíadas, a nossa fadinha Raissa Leal faz parte de nossa história. A medalha de bronze conquistada pela dupla brasileira Laura e Luísa no tênis feminino, foi algo histórico por ser a primeira medalha nessa modalidade e também totalmente inesperado pelas condições, pois elas nem estariam em Tóquio, visto que somente foram chamadas pelo alto número ausências.
A ginasta americana Simone Biles tendo conseguido 30 medalhas em mundiais e Olimpíadas, sendo cinco no Rio em 2016 era aguardada como a grande estrela do evento e entrou para história em Tóquio por ter se negado e participar, pois percebeu que não estava com a mente sadia o suficiente para uma grande competição, demonstrando muita coragem e maturidade gerando muitas reflexões de todas as autoridades do esportes e profissionais da área da saúde mental. Nossa Rebeca Andrade faz história por ser a primeira ginasta a ganhar medalha em Olimpíadas. Algo que tem muito a ver com tudo isso que estou apresentando foi um termo utilizado pela comentarista de Skate do Sportv, Karen Jonz que também gerou impacto, mas que demonstra uma maior força e coragem das mulheres quando comentando ao vivo, utilizou o termo “xerecada”, quando a atleta sofre um esfregão na queda sobre os tubos da trilha de prova. Isso gerou muita polêmica, mas basicamente por ser um termo relacionado ao sexo feminino. Muitos outros motivos me faz concluir que essas Olimpíadas Tóquio 2020 são das mulheres.
Pelo menos essa é a minha opinião!