O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira, esteve na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), no dia 28 de setembro, para participar da inauguração do Centro de Hidrogênio Verde (CH2V). Ele e sua comitiva foram recebidos pelo reitor, professor Edson da Costa Bortoni.
O CH2V foi construído por meio de uma parceria entre a UNIFEI; a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão de Itajubá (FAPEPE) e o projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e que é implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e financiado pelo Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha.
Cerimônia de inauguração
A cerimônia oficial de inauguração do CH2V foi realizada no auditório Aureliano Chaves, do Instituto de Engenharia de Produção e Gestão (IEPG). Além do prefeito e do reitor da UNIFEI, compuseram o dispositivo de honra os deputados federais Odair Cunha e Rafael Simões; o prefeito municipal de Itajubá, Christian Gonçalves Tiburzio e Silva; o diretor do Projeto H2Brasil, da agência alemã GIZ, Markus Francke; o coordenador executivo do CH2V, professor Jamil Haddad , e a professora associada do Instituto de Engenharia Mecânica (IEM) Lucilene de Oliveira Rodrigues Chaves.
Após a execução do Hino Nacional Brasileiro, o reitor da UNIFEI, professor Bortoni, apresentou sua mensagem de boas-vindas ao ministro e demais autoridades, bem como aos professores e alunos da Universidade presentes. Em sua fala, o reitor destacou a importância da inauguração do CH2V no processo da atual transição energética.
“A UNIFEI, fundada em 1913, tem histórico e vocação para inovação e pesquisa. No ano que a Universidade comemora 110 anos de existência, a construção de um centro focado na produção e estudo das tecnologias envolvendo hidrogênio verde a colocará como referência na área, além de contribuir, cada vez mais, para a sustentabilidade energética e ambiental, a redução de desigualdades, a qualidade de vida e o aumento de oportunidades”, disse o reitor.
Ele também destacou que diversas empresas e indústrias de âmbito nacional já estão em contato com a UNIFEI para estabelecer parcerias e projetos de pesquisa. “Sem dúvida, o Centro de Hidrogênio Verde será uma referência nacional em produção piloto de hidrogênio verde”, afirmou o professor Bortoni.
Em seguida, a professora Lucilene Chaves falou sobre a satisfação em receber autoridades, alunos, docentes e pesquisadores na UNIFEI para a inauguração do CH2V, destacando a possibilidade de capacitação que ele oferecerá e seu compromisso com a descarbonização global. Após sua fala, foi apresentado um vídeo institucional do Ministério de Minas e Energia.
Outros discursos
Em sua fala, o professor Jamil Haddad, coordenador executivo do CH2V, agradeceu a presença das autoridades e destacou o tempo recorde de construção e inauguração do novo centro de pesquisas da UNIFEI.
Por sua vez, Marcus Francke, diretor do Programa H2Brasil, manifestou o orgulho da GIZ em participar do projeto e da parceria com a UNIFEI. Ele destacou o trabalho em equipe que garantiu o sucesso do projeto de construção do CH2V e classificou o evento de inauguração como histórico e marcante.
O prefeito Christian Gonçalves agradeceu a visita do ministro e demais autoridades a Itajubá e disse que a inauguração do CH2V contribui ainda mais para a posição de importância que a UNIFEI tem na cidade e no Brasil.
Na sequência os deputados federais Rafael Simões e Odair Cunha reconheceram em seus discursos a posição da UNIFEI no setor energético do Brasil e a sua vocação de estar na vanguarda do cenário de energias renováveis.
Em seu pronunciamento, o ministro Alexandre Silveira disse que o Brasil pretende ser protagonista no atual processo de transição energética e destacou a importância das instituições de ensino superior públicas na condução de pesquisas nessa área, reconhecendo que a UNIFEI aparece como uma das principais envolvidas em estudos sobre descarbonização.
Após a cerimônia no auditório do IEPG, o ministro, demais autoridades e convidados seguiram para a sede do CH2V para o descerramento da placa de inauguração. Feito o descerramento, os presentes puderam conhecer as dependências do novo Centro.
O CH2V
Com recursos do governo alemão de quase R$ 25 milhões, o CH2V, pretende agregar várias frentes de pesquisas que incluem a análise do uso de hidrogênio verde em processos industriais, na geração de energia elétrica e na busca por alternativas sustentáveis para a mobilidade urbana.
O CH2V será alimentado exclusivamente por energia renovável, produzida a partir de painéis fotovoltaicos, e vai abrigar laboratórios que serão utilizados por instituições e empresas interessadas em desenvolver pesquisas e aplicações consumindo o hidrogênio.
Também está prevista a inserção, nos cursos de graduação, pós-graduação e especialização da UNIFEI, de disciplinas com foco no hidrogênio verde, promovendo a geração de conhecimento, troca de experiências, treinamento e qualificação profissional na área.
Hidrogênio verde
No contexto da atual urgência da transição energética frente à crise climática e a sustentabilidade dos sistemas energéticos globais, o hidrogênio verde (H2V) – produzido a partir de fontes renováveis – tem se destacado como peça-chave na descarbonização da indústria, sobretudo em setores difíceis de abater. O H2V pode servir como combustível para diversas formas de transporte, a exemplo de veículos terrestres ou marítimos e aeronaves.
Projeto H2Brasil
O objetivo principal do Projeto H2Brasil é apoiar a expansão do mercado de hidrogênio verde no país, por meio de fomento à pesquisa, troca de informações entre universidades brasileiras e alemãs, promoção de projetos de inovação e novas tecnologias, estudos de certificação e regulamentação com foco no H2V e promoção de cursos de capacitação profissional.
A parceria entre a UNIFEI e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da GIZ, pretende ampliar as descobertas para além da Universidade, permitindo o intercâmbio de conhecimentos com outras instituições de ensino e integrando atores dos setores público e privado. Os trabalhos incluem, ainda, experimentos sobre a aplicação do hidrogênio verde junto a empresas siderúrgicas instaladas em Minas Gerais.
“A GIZ, como empresa federal de utilidade pública, apoia o governo da Alemanha em seus objetivos, mediante a execução de projetos de cooperação técnica em mais de 80 países. A parceria com o Brasil possui mais de 60 anos e, atualmente, os dois países enfrentam os desafios ambientais globais por meio de ações para a preservação da biodiversidade e o combate às mudanças climáticas com o propósito de reduzir as emissões de gás carbônico. Nesse sentido, o conjunto de ações no âmbito dessa cooperação, como o Centro de Hidrogênio Verde, fortalece os objetivos dos dois países para promover uma economia de baixo carbono”, afirmou Marcos Oliveira, um dos coordenadores do projeto H2Brasil.
Segunda etapa
Em uma segunda etapa, prevista para 2024, será inaugurada uma unidade de produção de hidrogênio verde e uma estação de abastecimento de veículos, composta por um eletrolisador tipo PEM de 300kW de potência, vasos de armazenamento, dispensador de abastecimento e uma célula a combustível. Com isso, a Universidade terá a capacidade de produzir 60Nm³/h de H2V em um laboratório para pesquisa, desenvolvimento e demonstração da produção e uso do hidrogênio verde.
O Centro estará capacitado para realizar o controle, medição, proteção e segurança da produção, além de analisar questões de logística e do uso final. Também será possível realizar pesquisas sobre as aplicações de maior potencial no âmbito da mobilidade, geração de energia e usos industriais para o abastecimento de veículos.