Novo Tempo – Novo Dilema
Vivemos em um mundo com 6,7 bilhões de habitantes e, segundo os últimos estudos, comemos os vegetais de um quarto das terras do planeta e a carne de um terço do mundo. Prevê-se que em 2050 poderemos chegar a 15 bilhões de pessoas (seremos no mínimo 10 bilhões). Se a quantidade de terra sobre a superfície do nosso planeta é finita, são inúmeros os dilemas aos quais hoje nos defrontamos.
Onde espalhar as pessoas e as fazendas para a produção de comida? Como alimentar uma super população sem destruir o mundo?
O consumo de água dobrou desde os anos 60 e bem mais da metade do seu uso se destina à agricultura e pecuária. Sem um planejamento adequado e seguindo o ritmo atual de pesca, dentro de 40 anos todas as espécies comerciais de peixe vão desaparecer. O aquecimento global e a conseqüente devastação dos ecossistemas já mostraram que é insustentável toda essa produção e consumo de alimentos.
A comida em escala industrial, portanto contribui em muito para o desequilíbrio do planeta e nos obriga a rever nossa relação com os alimentos.
A partir daí, várias vertentes da gastronomia têm surgido e uma delas tem chamado atenção por extinguir, no preparo do alimento, as formas de cocção que, até o momento nortearam todo o pensamento culinário: A ALIMENTAÇÃO VIVA.
Da forma como tem sido inserida em nossa cultura, a alimentação viva parece evidenciar um território de transição, onde testemunhamos o alvorecer de uma nova maneira de comer, que é igualmente funcional e ligada ao prazer, mas essencialmente cidadã, pois diminui consideravelmente a insustentável pressão humana sobre os recursos do planeta.
Comer alimentos locais, que não gastam tanto combustível e recursos naturais e geram riquezas ao redor da região de produção; saber de onde vem a sua comida e como ela é criada constituem as ações iniciais dessa transformação que traz ao ato de se alimentar uma significativa atitude individual em favor da sociedade. Um dos grande problemas alimentares de hoje é que os homens estão desconectados da natureza e, por conseqüência, da comida, de si mesmo e do outro.
A reeducação é urgente e necessária. Se continuarmos nesse caminho, o resultado será cada vez mais catastrófico.
Vivemos em um mundo com 6,7 bilhões de habitantes e, segundo os últimos estudos, comemos os vegetais de um quarto das terras do planeta e a carne de um terço do mundo. Prevê-se que em 2050 poderemos chegar a 15 bilhões de pessoas (seremos no mínimo 10 bilhões). Se a quantidade de terra sobre a superfície do nosso planeta é finita, são inúmeros os dilemas aos quais hoje nos defrontamos.
Onde espalhar as pessoas e as fazendas para a produção de comida? Como alimentar uma super população sem destruir o mundo?
O consumo de água dobrou desde os anos 60 e bem mais da metade do seu uso se destina à agricultura e pecuária. Sem um planejamento adequado e seguindo o ritmo atual de pesca, dentro de 40 anos todas as espécies comerciais de peixe vão desaparecer. O aquecimento global e a conseqüente devastação dos ecossistemas já mostraram que é insustentável toda essa produção e consumo de alimentos.
A comida em escala industrial, portanto contribui em muito para o desequilíbrio do planeta e nos obriga a rever nossa relação com os alimentos.
A partir daí, várias vertentes da gastronomia têm surgido e uma delas tem chamado atenção por extinguir, no preparo do alimento, as formas de cocção que, até o momento nortearam todo o pensamento culinário: A ALIMENTAÇÃO VIVA.
Da forma como tem sido inserida em nossa cultura, a alimentação viva parece evidenciar um território de transição, onde testemunhamos o alvorecer de uma nova maneira de comer, que é igualmente funcional e ligada ao prazer, mas essencialmente cidadã, pois diminui consideravelmente a insustentável pressão humana sobre os recursos do planeta.
Comer alimentos locais, que não gastam tanto combustível e recursos naturais e geram riquezas ao redor da região de produção; saber de onde vem a sua comida e como ela é criada constituem as ações iniciais dessa transformação que traz ao ato de se alimentar uma significativa atitude individual em favor da sociedade. Um dos grande problemas alimentares de hoje é que os homens estão desconectados da natureza e, por conseqüência, da comida, de si mesmo e do outro.
A reeducação é urgente e necessária. Se continuarmos nesse caminho, o resultado será cada vez mais catastrófico.
Compreendendo a alimentação viva
Vegetarianos, hippies, naturebas, vegans, crudívoros, sem lactose, orgânicos. A alimentação saudável continua em voga, mas no topo da cadeia alimentar verde agora está a alimentação viva.
A guru desse tipo de alimentação no Brasil, a professora de artes e design da PUC-Rio Ana Branco, 62, que coordena um curso aberto e multidisciplinar sobre o assunto diz que “todo alimento tem uma célula de silício em seu interior, onde estão todas as suas informações nutricionais, que chamamos de “biochip”. Quando cozida, essa célula se rompe e comemos um alimento morto, que não oferece ao organismo o que ele precisa”, diz.
Há 13 anos, Ana segue rigidamente a dieta viva e diz ter se curado de uma asma que a acompanhou dos 18 aos 50 anos. “Essa alimentação traz energia e é força vital pura. O que faço não é novidade. Hipócrates, pai da medicina, já dizia: “Deixe a comida ser a sua medicina”.”
Outra estudiosa do assunto, a professora Inês Braconnot há dez ano adotou a dieta e inventou um termo específico para se referir aqueles que se alimentam de “vivos” apenas do reino vegetal, são os “krudívoros”, com “k” mesmo.
Assim, alimentação krud, diz Inês, designa aquela feita por pessoas que obedecem a uma dieta exclusivamente de alimentos vegetais crus e, vão mais além, se alimentam de cores, sons, texturas, formas, sabores, aromas, pensamentos, sentimentos… tudo ao mesmo tempo.
O krud, segundo ela propõe, transita por campos sem muitos modelos ou referências. Se ele quiser variar seu prato no cotidiano, tem mesmo é que inventar. E o melhor é que o juiz para suas criações é ele mesmo, através de suas percepções.
“Ser krud é ser capaz de se divertir através de seus sentidos ao perceber sabores, criar formas, registrar novos aromas e desenvolver texturas”, diz Braconnot.
Diante disso, qualquer um que se aventure por esse caminho não pode ter medo de experimentações. Deve ter uma mente aberta, sem preconceitos, deixando-se levar pela sua curiosidade e abrindo as percepções da alma.
Inicialmente fiquei um tanto aterrorizado com uma dieta que não usa sal, açúcar, laticínios ou glúten. Na qual legumes, frutas, verduras e algas marinhas não são cozidos, quando muito são desidratados em processos que não passam de 40ºC.
Os grãos germinados são a base das refeições, pois contêm uma concentração nutricional muito superior à de qualquer outro alimento, segundo um Krud. A explicação para essa potência seria simples: é nessa etapa que a semente reúne toda a sua “força” para eclodir, acreditam os “vivos”.
O Rio de Janeiro é o celeiro dessa modalidade alimentar, haja vista a quantidade de lojas de produtos naturais, fazendas orgânicas e outras tendências saudáveis que surgem por aqui.
Os estudiosos do assunto argumentam que o organismo gasta as enzimas que produz para a digestão dos alimentos cozidos, enquanto uma comida viva, não tendo sido submetida a nenhum método de cocção, mantém as enzimas contidas nos alimentos intactas, fazendo com que o corpo não gaste energia para fazer mais dessas substâncias, acreditando que essa “economia” rejuvenece, pois evita uma desgaste desnecessário do metabolismo, uma vez que a produção de enzimas pelo organismo humano é reduzida ao longo do tempo.
Em contra partida, a chefe da disciplina de nutrição da Unifesp, Anita Sachs, 45, concorda que o corpo deixa de fabricar algumas delas com a idade, mas é enfática ao dizer que não há prejuízo nenhum para a saúde em utilizá-las para digerir uma feijoada com orelha e tudo.
Afirma também que se o cozimento pode levar a perda de nutrientes, ele também elimina a possibilidade de contaminação por microorganismos, o que não acontece quando ingerimos o alimento cru, exigindo muito mais atenção na sua higienização e no conhecimento de sua procedência.
O cerne da discussão diz respeito à tese-mor dos kruds de que os grãos germinados são infinitamente mais nutritivos do que qualquer alimento. “Acreditamos que um grão germinado aumente em 20 mil vezes seu potencial nutricional, além de quebrar seu bloqueador de enzimas e tornar-se mais alcalino quando brota”, explica Tiana.
Anita Sachs e a professora de bioquímica Lys Mary Cândido afirmam que não há como mensurar cientificamente quanto um grão germinado é mais nutritivo do que outro alimento.
Podemos iniciar, a partir do que foi dito, um debate infinito sobre o assunto, uma vez que há inúmeras pesquisas em curso.
O que podemos concluir é que as atuais circunstâncias nos levam a busca de soluções e o caminho aberto pela ALIMENTAÇÃO VIVA se mostra apto a dar boas respostas. A decisão é de cada um.
FONTE: REVISTA GALILEU – O FUTURO DA COMIDA – LOIOLA, Rita
Vegetarianos, hippies, naturebas, vegans, crudívoros, sem lactose, orgânicos. A alimentação saudável continua em voga, mas no topo da cadeia alimentar verde agora está a alimentação viva.
A guru desse tipo de alimentação no Brasil, a professora de artes e design da PUC-Rio Ana Branco, 62, que coordena um curso aberto e multidisciplinar sobre o assunto diz que “todo alimento tem uma célula de silício em seu interior, onde estão todas as suas informações nutricionais, que chamamos de “biochip”. Quando cozida, essa célula se rompe e comemos um alimento morto, que não oferece ao organismo o que ele precisa”, diz. Há 13 anos, Ana segue rigidamente a dieta viva e diz ter se curado de uma asma que a acompanhou dos 18 aos 50 anos. “Essa alimentação traz energia e é força vital pura. O que faço não é novidade. Hipócrates, pai da medicina, já dizia: “Deixe a comida ser a sua medicina”.” Outra estudiosa do assunto, a professora Inês Braconnot há dez ano adotou a dieta e inventou um termo específico para se referir aqueles que se alimentam de “vivos” apenas do reino vegetal, são os “krudívoros”, com “k” mesmo.
Assim, alimentação krud, diz Inês, designa aquela feita por pessoas que obedecem a uma dieta exclusivamente de alimentos vegetais crus e, vão mais além, se alimentam de cores, sons, texturas, formas, sabores, aromas, pensamentos, sentimentos… tudo ao mesmo tempo.
O krud, segundo ela propõe, transita por campos sem muitos modelos ou referências. Se ele quiser variar seu prato no cotidiano, tem mesmo é que inventar. E o melhor é que o juiz para suas criações é ele mesmo, através de suas percepções.
“Ser krud é ser capaz de se divertir através de seus sentidos ao perceber sabores, criar formas, registrar novos aromas e desenvolver texturas”, diz Braconnot. Diante disso, qualquer um que se aventure por esse caminho não pode ter medo de experimentações. Deve ter uma mente aberta, sem preconceitos, deixando-se levar pela sua curiosidade e abrindo as percepções da alma.
Inicialmente fiquei um tanto aterrorizado com uma dieta que não usa sal, açúcar, laticínios ou glúten. Na qual legumes, frutas, verduras e algas marinhas não são cozidos, quando muito são desidratados em processos que não passam de 40ºC.
Os grãos germinados são a base das refeições, pois contêm uma concentração nutricional muito superior à de qualquer outro alimento, segundo um Krud. A explicação para essa potência seria simples: é nessa etapa que a semente reúne toda a sua “força” para eclodir, acreditam os “vivos”.
O Rio de Janeiro é o celeiro dessa modalidade alimentar, haja vista a quantidade de lojas de produtos naturais, fazendas orgânicas e outras tendências saudáveis que surgem por aqui.
Os estudiosos do assunto argumentam que o organismo gasta as enzimas que produz para a digestão dos alimentos cozidos, enquanto uma comida viva, não tendo sido submetida a nenhum método de cocção, mantém as enzimas contidas nos alimentos intactas, fazendo com que o corpo não gaste energia para fazer mais dessas substâncias, acreditando que essa “economia” rejuvenece, pois evita uma desgaste desnecessário do metabolismo, uma vez que a produção de enzimas pelo organismo humano é reduzida ao longo do tempo.
Em contra partida, a chefe da disciplina de nutrição da Unifesp, Anita Sachs, 45, concorda que o corpo deixa de fabricar algumas delas com a idade, mas é enfática ao dizer que não há prejuízo nenhum para a saúde em utilizá-las para digerir uma feijoada com orelha e tudo.
Afirma também que se o cozimento pode levar a perda de nutrientes, ele também elimina a possibilidade de contaminação por microorganismos, o que não acontece quando ingerimos o alimento cru, exigindo muito mais atenção na sua higienização e no conhecimento de sua procedência.
O cerne da discussão diz respeito à tese-mor dos kruds de que os grãos germinados são infinitamente mais nutritivos do que qualquer alimento. “Acreditamos que um grão germinado aumente em 20 mil vezes seu potencial nutricional, além de quebrar seu bloqueador de enzimas e tornar-se mais alcalino quando brota”, explica Tiana.
Anita Sachs e a professora de bioquímica Lys Mary Cândido afirmam que não há como mensurar cientificamente quanto um grão germinado é mais nutritivo do que outro alimento.
Podemos iniciar, a partir do que foi dito, um debate infinito sobre o assunto, uma vez que há inúmeras pesquisas em curso.
O que podemos concluir é que as atuais circunstâncias nos levam a busca de soluções e o caminho aberto pela ALIMENTAÇÃO VIVA se mostra apto a dar boas respostas. A decisão é de cada um.
FONTE: REVISTA GALILEU – O FUTURO DA COMIDA – LOIOLA, Rita