Inicio com um relato maravilhoso da cura interior de minha filha, Soraia. Já dei este testemunho em muitas oportunidades, mas nunca cheguei a escrever a graça em detalhes como farei hoje.
No ano de 1997, quando comecei na música católica, lembro-me bem dos problemas que vivi em casa: a Soraia não gostava de ouvir os CDs que passei a escutar e se trancava no quarto. Às vezes, discutíamos feio procurando resolver a situação e, em todas as tentativas, não chegávamos a nenhum resultado positivo.
Um dia, na abençoada Capela de Nossa Senhora da Agonia, ajoelhei-me diante da imagem vinda de Portugal e pedi ajuda. Conversei com a minha Mãezinha e disse-lhe mais ou menos isto: ‘Se a senhora quer que eu continue aprendendo as músicas litúrgicas e sendo coordenador do nosso grupo, por favor, toca no coração da minha filha’.
E naquela mesma semana, quando eu estava escutando uma nova canção, ela chegou da escola, parou perto de mim e perguntou que música era aquela. Respondi seco que se tratava de uma daquelas que ela não gostava. Em seguida, ouvi dela: ‘Que música bonita, pai!’ Pensando ser provocação, falei: ‘Tá certo, deixe-me aprender em paz’. E ela completou: ‘Pai, grava pra mim?’
Bem, foi quando percebi que Nossa Senhora já havia tocado no coração da menina e, depressa, gravei não só a que ela gostou, mas várias outras que escolhi a dedo. E a cura foi tão forte que nunca mais a Soraia reclamou das músicas; passou a fazer parte do nosso ministério e, com sua linda voz, está em parceria comigo há 24 anos!
Pois é, a nossa querida Mãe, além de querer que eu continuasse cantando, colocou uma fiel colaboradora ao meu lado. E o mais impressionante é o fato de que ninguém na família havia reparado no talento dela na música antes da sua conversão! Acredito que esse dom foi concedido junto com a graça da cura interior; mas, mesmo sem saber o tamanho do ‘milagre’, me sinto imensamente grato à Virgem Maria.
E você, sabe que, há 150 anos, a nossa fé católica nos mantém na certeza de que Nossa Senhora foi concebida isenta de pecado original? Desde o primeiro instante da sua conceição, ela teve o privilégio de ser preservada de toda mancha de maldade humana que a antecedeu e festejamos esse mérito no dia 8 de dezembro.
Para os ortodoxos, Maria é imaculada não pela sua concepção, mas pela sua purificação pessoal, o que não deixa de ser uma forma de reconhecimento das virtudes que possuía. E para os que não acreditam em nada disso, só podemos lamentar por deixarem de buscar tantas graças que a Mãe de Deus derrama sobre cada um de nós.
Aliás, podemos fazer mais do que isso e testemunhar insistentemente a nossa maravilhosa devoção mariana, afinal, também não nascemos com a mesma fé que temos hoje, não é verdade? Aprendemos que o ‘sim’ de nossa Mãezinha colocou nova esperança de salvação à humanidade e, as palavras de seu Filho na cruz, selou definitivamente o nosso elo com Nossa Senhora: “Mulher, eis aí o teu filho”.
Hoje, para interceder por nós, recorremos àquela que nunca pecou, porque sabemos que ninguém melhor do que ela consegue favores de Jesus. E para agradecer as bênçãos de cada dia, a coroamos como Rainha, lhe prestamos lindas homenagens com títulos diversos e rezamos o rosário com muita confiança. Nada mais justo, pois foi Deus que a escolheu por nós!
Conheço uma história que relata a briga pelo poder no mundo. E a pedra disse: ‘Eu sou a mais forte!’ Ouvindo isso, o ferro a desafiou e a transformou em pó. Revoltado, o fogo derreteu o ferro e provou sua força, mas logo veio a água e apagou o fogo.
E a guerra não parava, porque o sol evaporou a água… a nuvem bloqueou os raios do sol… o vento espalhou a nuvem… a montanha impediu a ação do vento… o homem perfurou a montanha, liberando novamente o vento… e a morte veio desafiar o homem. Então, Nossa Senhora intercedeu com humildade, dizendo: ‘Meu Filho se fez homem e venceu a morte. Creiam nele e terão paz!’
Dá até para imaginar a doçura da Virgem Maria dizendo isso, não? Nem é pecado colocar essas palavras em sua boca porque sabemos o quanto ela nos ama e confia no Filho que gerou com tanta pureza. E acreditando no seu poder sobre os espíritos malignos, façamos ecoar pelos quatro cantos da Terra: ‘Viva a Imaculada Conceição!’.