Clara de nome, mais clara de vida e claríssima de virtudes, Santa Clara nasceu em Assis no ano de 1193, pertencia a uma nobre família e destacou-se desde cedo pela sua caridade. Tinha muito respeito para com os pequenos e, por isso, ao se deparar com a pobreza evangélica vivida por Francisco de Assis, apaixonou-se por esse estilo de vida.
Quando tinha apenas dezoito anos e portava rara beleza, ela abandonou o lar para seguir Jesus mais radicalmente e teve seus lindos cabelos cortados como sinal de entrega total ao Cristo pobre, casto e obediente. E foi essa virgem moça que deu início à Ordem feminina da Família Franciscana – Clarissas –, onde tornou-se modelo, principalmente no longo tempo de doença.
Fervorosa à Eucaristia, pôde ainda levantar-se do leito para expulsar – com o Santíssimo Sacramento – os maometanos violentos que estavam para invadir o convento. Os agressores, tomados de repente por inexplicável pânico, fugiram.
Clara viveu no amor, na prática da mais estrita pobreza e morreu com sessenta anos de idade. Hoje, é aclamada como protetora da Televisão, inclusive da TV Canção Nova. São suas estas palavras:
“Bem-aventurada pobreza, que providencia riquezas eternas aos que a amam e a abraçam! Aos que a possuem e a desejam, Deus promete seguramente o Reino dos Céus e dá a glória eterna e a bem-aventurança. Querida pobreza que o Senhor Jesus Cristo se dignou preferir a qualquer outra coisa. As raposas, disse Ele, têm o seu covil e os pássaros do céu o seu ninho, mas o Filho do Homem não encontra onde repousar a sua cabeça. Quando finalmente deixou repousar a cabeça sobre a Cruz, Jesus entregou o seu Espírito!
Uma vez que tão grande Senhor quis descer ao seio da Virgem, uma vez que quis aparecer às pessoas desprezadas, indigentes e pobres, a fim de que os famintos do alimento celeste se tornem ricos n’Ele ao entrarem na posse do Reino dos Céus, exultai de alegria! Se preferirdes o desprezo às honras e a pobreza às riquezas deste mundo, se confiardes os vossos tesouros não à Terra mas ao Céu, onde a ferrugem não desgasta, a traça não destrói e os ladrões nem se podem aproximar, então a vossa recompensa será grande nos Céus.”
Grande Santa Clara de Assis! Quem me dera ter um pouco do despojamento material que a santificou! E ainda unida a São Francisco, já pensou que ‘dupla dinâmica’ formaram em favor dos pobres? Mesmo com tanta riqueza material e tecnologia avançada da atualidade, quantos famintos e doentes estariam melhor amparados se tivessem vivido naquela época, concorda? Hoje, qualquer convite profano tira muita gente do socorro aos pobres. Isso é justo?
Bem, quem vai julgar cada alma um dia não sou eu, mas é meu dever cristão ajudar na evangelização do nosso povo e alertar que a vida não acaba na Terra. Aliás, comparado com a eternidade, o tempo desta nossa passagem aqui não é nada!
Mas o mundo seria melhor se tivéssemos mais vicentinos para salvar os pobres, mais grupos de canto para animar as missas, mais casais na Pastoral Familiar, mais comunicadores na Pastoral da Comunicação, muito mais gente no Terço dos Homens, enfim, você quer nos ajudar? Servindo a Jesus, estará construindo uma morada no Céu! E isso ‘paga qualquer sacrifício’ que faça, embora eu lhe garanta que o corpo cansa, mas a alma flutua!
E se você trabalha na Igreja muito mais do que eu – Deus abençoe! –, peça ajuda também! Precisamos desenterrar milhares de talentos e nos unirmos para um mundo melhor: com mais paz, amor e fé nas famílias. Tenha certeza que quem abraça a sua missão espiritual e ajuda a carregar a cruz do irmão com dignidade cristã, trilha um caminho sem volta rumo ao Céu.
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).