– Ó frade sabichão! Chega de dizer bobagens, de inventar mentiras, de enganar o povo. Eu nunca acreditarei que Deus possa estar num pedaço de pão. Isso é invenção sua!
De nada valeram os argumentos teológicos que frei Antônio lhe apresentou sobre a Santa Ceia, pois o homem insistia:
– Eu acreditarei na sua Eucaristia, mas exijo uma prova. Vou deixar minha mula três dias sem comer o seu alimento preferido, o cheiroso feno do campo, e vós podeis trazer diante dela o que dizeis ser o alimento dos cristãos, na qual, está presente o Senhor Jesus. Pois bem, se a minha mula se ajoelhar reverente diante da hóstia, aí sim, eu acreditarei.
Um silêncio profundo se fez na imensa praça de Rímini. O povo católico, silencioso, esperava algum desfecho para aquele estranho e provocante desafio. E, Bonvillo, continuou em alta voz:
– E digo mais, ó frade Antônio! Se a mula se ajoelhar diante daquilo que vós chamais de Santíssimo Sacramento, eu também me ajoelharei.
A expectativa era grande. De repente…
– Aceito, ó Bonvillo! Aceito o seu desafio, se é para o bem de sua alma, se é para o bem do povo de Deus aqui reunido, se é para a honra e glória do Senhor.
Dali a três dias, na hora marcada, a praça já estava tomada por uma imensa multidão – alguns foram por devoção e, outros, por simples curiosidade. Cantando um hino eucarístico, frei Antônio saiu liturgicamente vestido da catedral, trazendo consigo um lindo ostensório com a Hóstia sagrada.
Não demorou muito e lá chegou o fanático herege – berrando e puxando a sua pobre mula. Parando perto do altar, espalhou o feno cheiroso que trouxe num saco às costas. Santo Antônio, recolhido, permanecia de joelhos em oração. Quando Bonvillo soltou a mula, já todo sorridente prevendo o desfecho da caminhada do animal faminto, seus olhos não acreditaram no que viram: a mula não se movia do lado do religioso.
Em vão, o herege começou a empurrá-la para a erva fresca. Brandia nos ares o seu chicote, mas tudo era inútil. Frei Antônio, então, levantou-se, pegou o Santíssimo e começou a abençoar a multidão que, piedosa, se ajoelhou. Naquele mesmo instante, como se estivesse acompanhando o povo cheio de fé, também a mula dobrou suas patas dianteiras, deixando Bonvillo solitário em pé. Comovido e cheio de lágrimas, ele dobrou os joelhos e cantou com a multidão: “Bendito e louvado seja o Santíssimo Sacramento!”
E o dono da mula fez-se cristão! Cristão católico. Você sabia disso?
Outra manifestação Divina, muito comentada como ‘Milagre Eucarístico’, aconteceu há doze séculos na igreja de Lanciano, também na Itália. Durante o momento da consagração na Santa Missa, a hóstia e o vinho se transformaram em Carne e Sangue humanos! O relicário que conserva o Corpo e o Sangue coagulado de Jesus encontra-se à visitação pública até os dias de hoje.
Que fatos maravilhosos! Como estes, existem muitos outros que nos fazem crescer na fé; inclusive corpos de centenas de santos que, após séculos de falecimento, ainda se conservam não corrompidos pelo tempo – como presenciei pessoalmente este ano em Paris: São Vicente de Paulo, Santa Catarina Labouré e Santa Luísa de Marillac. E sabemos, quando vivos, todos recebiam Jesus na Eucaristia frequentemente.
Perante o mistério a gente se cala e perante o milagre a gente se ajoelha, reza e agradece. Agora que você já sabe mais estas lindas histórias verídicas sobre Jesus Cristo vivo na Santa Eucaristia, não deixe de recebê-lo toda semana na comunhão. Humildemente, dobre os seus joelhos e aproveite para pedir a Ele que restaure a sua vida e o seu coração.
Com fé, se você conseguir essa graça, logo se colocará a Seu serviço e em veneração a sua Mãe Santíssima. Assim seja.
Paulo R. Labegalini
Vicentino, Ovisista e Cursilhista de Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).