Você já se perguntou se possui algum ideal superior na vida?
O que seria um ideal superior?
Existem ideais que não são superiores?
Para mim, um ideal superior é aquele que me leva a buscar e a construir tudo o que é permanente para a minha vida, como os valores e os conhecimentos que representam um bem para o meu espírito. Nesse sentido, entendo que o meu empenho para me desenvolver internamente deve ser guiado por esse bem, me possibilitando viver a vida de forma mais acertada, segura e consciente do futuro que quero ter.
Após refletir sobre esse conceito, instituí um ideal que, para mim, é realmente superior: o de formar uma família com conceitos elevados. O defini como um ideal, pois ainda não foi concretizado; é, por ora, mental. Sei que é superior, pois posso comprovar isso observando, dentro de mim, uma vontade verdadeira de lutar dia após dia para conquistá-lo e uma aprovação sincera da minha sensibilidade, a qual permeia o meu ser em todos os momentos de reflexão acerca desse grande ideal que nasceu de uma aspiração espiritual. Além disso, entendo que alcançar esse ideal exige o cultivo, ainda hoje, de conceitos que me ajudarão em sua consolidação, para que o futuro não seja deixado ao acaso.
Mas como concretizar isso?
Alguns dos esforços que eu tenho feito nessa direção estão relacionados aos campos experimentais que a vida me oferece, os quais me possibilitam ser uma pessoa cada dia mais capaz e responsável: a convivência com a minha família de origem e com o meu namorado. Com meus pais eu aprendi, já na infância, conceitos que me guiam até hoje em minhas decisões; aprendi a ter uma conduta honrosa e defesas mentais para defender com sabedoria e convicção o que penso ser melhor para mim. E, com a experiência de namoro que vivo hoje, sinto que tenho a chance de cultivar novos valores como a generosidade e a discrição, além de combater defeitos que antes eu não sabia ter. Essa oportunidade de conviver com pessoas que são diferentes de mim é, sem dúvida, muito rica, pois sempre terei algo para aprender, e, a meu ver, a convivência vai apontando-me os aspectos que preciso melhorar; ela me permite conhecer um pouco mais sobre mim mesma, sobre meus valores e defeitos, funcionando como o ponto de partida para o meu aperfeiçoamento interno.
Tenho observado que, à medida que vou fazendo o esforço de me conhecer melhor, sou mais humilde frente à convivência com outros seres e passo a enxergar, de forma mais natural, os erros dos demais — visto que tenho mais consciência das minhas próprias limitações. Na minha experiência de namoro, vejo o quanto esse esforço tem sido importante, pois quando estou atenta ao que se passa no meu interno, consigo atuar de uma forma mais tolerante, conciliadora e afetuosa, escutando, com o coração, a razão do outro, sem querer impor as minhas ideias. Isso tem me trazido inúmeros benefícios, porque observei que, muitas vezes, por pura teimosia e intolerância, criava situações desnecessárias, as quais poderiam desgastar o amor e o relacionamento.
Além disso, posso observar que, apesar de o homem e a mulher serem dotados do poder de pensar, de sentir, de amar, de criar e muitos outros, ambos têm naturezas diferentes e possuem aspectos que lhes são particulares, mas que se complementam: o homem acha muitos fragmentos para se completar na mulher, assim como a mulher com relação ao homem. Refletindo sobre isso, sinto que a vontade de ser melhor e de aprender com os fragmentos que meus semelhantes têm a me oferecer é fundamental para que exista a colaboração entre os seres. Pude concluir que devo buscar aperfeiçoar-me, aprendendo também com o outro e correlacionando o observado no semelhante com o que ocorre comigo.
Por fim, se tenho planos de vir um dia a formar uma família feliz e elevada, é meu dever dar os primeiros passos nessa construção. Para isso, devo estar ciente de que o casamento e a formação do meu núcleo familiar é um dos passos mais importantes na minha vida e, portanto, devo vivê-los da melhor forma que puder. Somado a isso, penso que a pessoa que eu escolho como o dono do meu coração deve inspirar-me os sentimentos mais elevados e, da mesma forma, eu devo cultivar uma conduta que eleve os ideais dele para que o amor se consubstancie e seja perene. A minha função na conquista desse ideal é justamente buscar o meu aperfeiçoamento interno, algo que eu já comprovei que deve ser realizado dia após dia, com muito esforço e força de vontade, de forma a ter uma conduta digna aos olhos do meu ser querido.
Um pensamento de Luiza Moreira
Luíza Moreira é médica, escolha feita em grande parte por ter o ideal de ser útil às pessoas. Se interesse por hábitos que tornam a vida mais saudável, gosta de bons livros, tem um amor especial por cavalos e estar na fazenda com a família. Iniciou seus estudos de Logosofia em 2016 e vibra ao compartilhar aprendizados úteis e práticos que tem aprendido com essa ciência.