Marco está em mim como se fosse ainda vivo e respirasse a vida ao meu lado.
No dia 20 de fevereiro fazem 6 anos da morte dele.
Seis anos é muito tempo, eu admito. Eu já deveria ter voltado totalmente à vida, alegre e cheia de planos para o futuro.
Acontece que o luto não tem tempo regular e correto. Não há certo ou errado com ele.
Há a relação que se perdeu com a morte, há o vínculo que se formou na vida, por longo ou por curto tempo.
Quem disse que o relógio, os dias ou os anos que as pessoas passaram juntas é que determinam a dor da perda?
Mas eu sofro a saudade dele como se fosse o primeiro dia da perda. Ele foi o meu homem, aquele que me fez mulher.
Não no corpo mas na alma, que é onde a mulher é mais ela mesma, soberana, pronta a se dar ao homem, pronta a amar e se doar.
Mas em 20 de fevereiro de 2013 ele se foi.
Talvez porque sua missão coletiva já tenha se completado, talvez porque estivesse cansado da vida, talvez tanta coisa…
Mas acontece que me deixou sozinha na vida que era de nós dois, vida com objetivos que eram de nós dois, e eu tive que reconstruir os gostos, os prazeres, os objetivos.
Consegui…
Mas tem sido bem difícil e ainda hoje choro às vezes, me lamento às vezes, converso muito com ele, peço conselhos, peço que me proteja quando a tarefa é maior do que as minhas competências, peço simplesmente que me apoie.
Marco morreu e me deixou sozinha, mas sua morte me ensinou como viver melhor…
Maria das Graças Mota Cruz de Assis Figueiredo
Profa. Adjunta de Tanatologia e Cuidados Paliativos
Faculdade de Medicina de Itajubá – MG