Nós todos vivemos tantas mortes chocantes nos últimos dias…
Algumas na nossa cidade, mesmo; outras mais longe, mas igualmente brutais.
Toda morte é triste, traz dor e solidão à alma, ao coração e muitas vezes ao corpo, mesmo. Mas a morte súbita parece pior: nos deixa incrédulos, abobalhados, demoramos a falar no passado sobre quem morreu, às vezes ouvimos o barulho dos passos da pessoa, ouvimos a sua voz…
Algumas mortes súbitas, então, parecem chegar com requintes de crueldade para os que ficam. Quando perdemos uma pessoa jovem parece que toda a esperança no futuro, por um momento breve, se esvai por entre os dedos. Quando esta pessoa jovem carregava uma vida nova dentro de si e a morte não lhe permitiu acalentar ao colo aquele que chegou…
Quando é a violência nas ruas que destrói vidas e separa famílias, numa matemática cruel e desumana…
Quando a guerra insana ceifa jovens e velhos, pessoas comuns como qualquer um de nós, abatendo-os nos desvãos do medo onde se escondem numa tentativa frustrada de sobrevivência e de dignidade…
Quando as tragédias naturais, os acidentes às vezes desnecessários e irracionais levam gente que há minutos sonhava e sorria…
Quando pais monstruosos matam os filhos ou quando é o contrário o que ocorre, ao choque se segue o horror e o nojo, como se a gente não tivesse outra alternativa do que duvidar da força do que existe de Humano em nós…
É, a morte nos ensina sobre o quanto é preciosa a vida; mas certas mortes parecem trazer mais perguntas do que respostas:
Por que jovens quase universitários?
Por que mulheres grávidas do primeiro filho?
Por que jovens universitárias estupradas por seres que não podem ser humanos?
Por que a fome, a miséria e a indignidade da existência de milhões de pessoas?
A vida é preciosa, sim, mas nem sempre é justa como deveria ser!