○ Acidente em Mariana foi o sétimo do tipo em Minas Gerais

A tragédia de Mariana é considerada a maior tragédia ecológica que o Brasil já enfrentou. O rompimento das barragens de rejeitos Fundão e Santarém aconteceu no dia 5 novembro, devastando o distrito de Bento Rodrigues com uma enxurrada de lama e arrastando tudo o que encontrou pela frente. A avalanche de rejeitos causou danos ambientais imensuráveis e irreversíveis. Ambas as barragens pertencem à mineradora Samarco e estima-se que cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e água foram liberados.

Airresponsabilidadefoi grande no caso e infelizmente essa não éaprimeiravez que Minas Gerais enfrenta acidentes do tipo. O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí,CelemMohallem, conta que esse foi o sétimo acidente desde 1998. Em 2001 um rompimento de barragens em Nova Lima deixou seis mortos, em 2007 na cidade de Cataguases não houve mortos, mas 4 mil moradores foram prejudicados com a perda de suas casas e em 2014, mais recente, um acidente nos mesmos moldes deixou 3 mortos em Itabirito.

Acidentes com barragens são uma situação que vem se repetindo em Minas Gerais por uma série de fatores e o sistema de fiscalização e responsabilização dos culpados é falho, o que torna tudo mais difícil de reverter. Existem leis para permitir uma fiscalização eficiente. Em 20 de dezembro de 2010 foi sancionada a Lei Federal nº 12.334 que trata justamente sobre segurança de barragens.

O problema de responsabilização começa na fiscalização das barragens. A maioria das barragens possui um licenciamento ambiental então a responsabilidade de fiscalização é dos órgãos ambientais do Estado. A Lei remete também para as defesas civis do Estado a fiscalização do que tange a parte de segurança da população.

Existe umdiagnósticobaseado na legislação vigente e cadastro das barragens deMinasque indica35 barragens com problemas de segurança, das 750 visitadas. O próprio rompimento dabarragem de Mariana provocou um problema no dique de outra barragem que agora sofre uma obra emergencial para que a fenda de 3 metros seja contida e se previna um segundo desastre na mesma área do primeiro.