Há diversos anos no Brasil, mais precisamente desde 2009, ouvimos falar da Black Friday. Dia típico de liquidações nos Estados Unidos, mas que chegou por aqui naquela data, pela primeira vez, de forma organizada.
Desde então cada vez ganhando mais volume e importância no comercio online e também nas lojas físicas do país, a data em nos últimos anos tem movimentado cerca de R$ 4 bilhões somente no e-commerce em um único dia. Soma-se a estes números ainda as expressivas vendas típicas da segunda feira seguinte chamada de Cyber Monday que no ano passado superou a Black Friday e apresentou promoções tão atraentes quanto. As expectativas deste ano são de movimentar no e-commerce ao menos R$ 6 bilhões de reais na Black Friday.
Mas o que iremos tratar hoje é das estratégias dos vendedores e por sua vez como o consumidor consciente deve reagir. A princípio a Black Friday surgiu como dia de liquidação pós Thanksgiving ou simplesmente dia de Ação de Graças, onde tipicamente se trocam presentes nos EUA, assim como se faz no Natal do Brasil.
Neste momento, tipicamente nos Estados Unidos se faz a queima de estoque que não foi vendido para presentear as pessoas nesta data especial e também as chamadas ofertas de promoção. Neste caso, assim como ocorre no Brasil, a palavra promoção tem sentido mais literal, onde as produtoras destinam uma verba em descontos para serem promovidas pelos lojistas as vendas a preços mais acessíveis e divulgação dos produtos da marca. Portanto, os objetivos são dois, evitar a manutenção de coleções e modelos do ano anterior para as vendas do ano seguinte e promover marcas.
No Brasil, entretanto, as vendas são maiores no Natal, justamente depois do dia típico da Black Friday, e portanto, parece fazer pouco sentido a ideia de uma liquidação anterior ao momento de maiores vendas. E de fato por aqui a data tem esse caráter apenas para produtos realmente de modelos e coleções já superadas e em final de estoque. Não contempla os mesmos descontos verificados nos EUA, nas coleções mais recentes.
Além disso, é importante destacar que em muitos momentos do ano, bons descontos aparecem para que as lojas e indústrias atinjam o público com maiores restrições orçamentárias ou aqueles que não são tão ansiosos com o consumo. São aqueles que desejam, mas não precisam na hora e sabem controlar seus instintos para adquirir somente quando o preço estiver realmente abaixo do normal.
As empresas então lançam suas promoções, que nem de longe implicam em preços inferiores aos custos, e ainda mantém alguma margem de lucro. Vendendo para aqueles que não comprariam a um preço normal, por não precisarem ou por serem mais controlados nos gastos.
Aumentam, portanto, suas vendas sem comprometer muito o lucro. Por isso a regra é: procure, compare os preços entre as lojas e principalmente com o praticado em outros momentos do ano e em hipótese alguma compre algo que você não esteja já há algum tempo acompanhando os preços.
Algumas empresas aproveitam a euforia da data para fazer anúncios chamativos, e ao mesmo tempo praticarem preços até mais altos que o normal e com isso auferir lucros extraordinários as custas dos mais desatentos e menos controlados com os gastos.
Tome cuidado. Compre somente aquilo que você sabe quanto custa em dias normais e se estiver com um bom desconto!
Despedimos com a esperança de termos contribuído com as finanças pessoais do nosso público.
Abraço a todos e até nosso próximo encontro!
Por Prof. Dr. André Luiz Medeiros e Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo