Orientar as pessoas para o uso correto do álcool líquido, evitando acidentes com vítimas de queimaduras. Esta tem sido uma preocupação para o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, que têm se empenhado no esclarecimento ao público sobre os riscos do manuseio do produto, responsável por 54% das internações de vítimas de queimaduras no Hospital João XXIII, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
Em 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização do álcool líquido, por intermédio da Resolução RDC nº 46, mas uma liminar autorizou o retorno do produto ao comércio. No dia 14 de maio deste ano entrou em vigor a Lei 19. 487, que obriga os estabelecimentos comerciais do Estado a afixar cartazes para orientar os consumidores sobre os perigos do álcool líquido.
Crianças
A lei estadual representa o empenho do Governo de Minas em reduzir o número de acidentes com o produto. De acordo com tenente coronel BM Felipe Martins, comandante do 5º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a maioria das vítimas de queimaduras com álcool líquido são crianças, com até dez anos de idade. “Os acidentes são causados, principalmente, pelo uso incorreto do produto. As pessoas querem uma resposta imediata, um acendimento imediato, o que acaba provocando queimaduras”, alerta.
As ocorrências mais comuns de acidentes com o álcool líquido estão relacionadas com o acendimento de churrasqueiras. Os bombeiros destacam que o produto é muito volátil. Ao ser lançado sobre o equipamento, podem ocorrer respingos, provocando queimaduras graves em quem manuseia ou esteja próximo da churrasqueira. “É muito importante que as pessoas leiam as instruções de uso não somente do álcool líquido, mas de qualquer produto. A maioria das pessoas não tem este hábito, que pode evitar muitos problemas”, orienta o comandante Felipe.
Prevenção
O álcool gel e a versão líquida têm propriedades semelhantes, mas a primeira opção é a mais segura. De acordo com o tenente coronel Felipe, o ideal seria que a forma líquida fosse utilizada apenas como produto de higiene e que as pessoas se habituassem a optar pelo gel nos demais casos, para evitar acidentes. “É necessário que haja um investimento na conscientização, principalmente das crianças”, enfatiza.
É exatamente com este objetivo que o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) já realiza palestras de conscientização nas escolas de todo o Estado. “A lei pode diminuir os casos de acidente, mas as pessoas têm que entender que a prevenção é o mais eficaz”, alerta.
Dicas
Para os casos em que é realmente necessário utilizar o álcool líquido, os bombeiros ressaltam que é fundamental que a pessoa leia atentamente as instruções do fabricante. As dicas para evitar acidentes são as seguintes:
– Nunca jogue álcool líquido sobre chamas ou brasas. O produto pode explodir e provocar queimaduras graves ou até fatais;
– Ao lançar o produto, mantenha uma distância de segurança;
– Para acender fogueiras ou churrasqueiras, prefira os tabletes acendedores e álcool gel;
– Evite o uso de álcool líquido na limpeza doméstica;
– Em caso de queimadura, lave abundantemente o local com água limpa corrente e proteja a parte queimada com papel laminado ou pano úmido;
– Não passe nenhum produto sobre a queimadura como creme dental, manteiga, borra de café, etc;
– Retire anéis, pulseiras e outros adereços, caso a queimadura seja nos membros superiores;
– Ligue para o serviço 193, transmitindo informações sobre a situação da vítima, se está consciente, se há bolhas e respondendo as perguntas feitas pelo atendente.
Fonte: Agência Minas