Econômetro: Contas públicas e emprego puxam indicadores para baixo

No cenário atual, a economia permanece no laranja com tendência de piora. O resultado se repete nas últimas semanas, no entanto o preocupante é que agora está muito perto de atingir o nível crítico na avaliação geral.

Renda

Renda no laranja com viés de vermelho (piora). Continuam as revisões de queda para o PIB em 2015. Dados da Focus (expectativas de mercado) do BACEN já apontam par 1% de queda frente aos 0,83% da semana passada. Números da atividade industrial mostram ainda resultados fracos. Uma leve melhora de fevereiro para janeiro, mas uma queda acentuada quando se compara fev15 com fev14. Também são apontadas em março quedas nos indicadores de confiança no setor de serviços (14,1%, menor valor da série histórica) e industrial (9%).

Outro dado alarmante: o investimento das empresas caiu pelo sexto trimestre seguido (um ano e meio de retração nos investimentos…)

SÃO PAULO, 1 Abr (Reuters) – A produção de cerveja no Brasil em março somou 11,104 milhões de hectolitros ante 11,972 milhões produzidos no mesmo período do ano passado, segundo dados disponibilizados pela Receita Federal. Já a produção de refrigerantes foi de 12,385 milhões de hectolitros em março ante 13,418 milhões na comparação anual.

Queda de 7,25%.

Emprego

Emprego no amarelo com tendência de laranja (piora). Acentua-se a piora no fundamento emprego. Aumentam consideravelmente os sinais do setor industrial para redução de vagas. Os pedidos de lay out (suspensão de atividade sem demissão) em várias montadores (setor automotivo) dão uma ideia das projeções de diminuição da força de trabalho no setor. Comércio também sofre ajustes.

Inflação

Inflação no laranja com tendência de estabilidade. Recuos na cotação do dólar (taxa cambial) apontam para perda de fôlego da inflação de custos, principal componente, no momento, da pressão altista dos preços.

SÃO PAULO (Reuters) – O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou o mês de março com alta de 1,41 por cento, ante avanço de 0,97 por cento em fevereiro, de acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O número representa, entretanto, uma pequena desaceleração ante a alta de 1,47 por cento vista na terceira quadrissemana de março.

Contas Públicas

Contas Públicas no vermelho, com tendência de manutenção. Conforme temos alertado insistentemente, o esforço para o ajuste fiscal do governo se mostra insuficiente para reequilibrar as contas públicas, principalmente devido a queda na arrecadação decorrente do esfriamento da atividade econômica.

Comércio Exterior

Comércio Exterior no vermelho com tendência de laranja. Mantemos a previsão para este fundamento. Ainda demora para aparecer uma melhora neste fundamento. A volatilidade no cambio ainda dificulta um posicionamento mais firme de exportações e importações.

Visão geral da economia

A situação permanece no laranja com tendência de piora (vermelho), mas agora está muito perto de atingir o nível crítico na avaliação geral.

Protagonista da semana: Contas públicas.

Tesouro e o BACEN divulgaram dados de fevereiro. Resultado primário receita e despesas não financeiras (Tesouro, previdência e BACEN) = déficit de R$7,4 bilhões, com crescimento fev14/fev15 de 118%. Setor público consolidado (inclui estados municípios e estatais) = déficit de 2,3 bilhões (superávit de 2,1 bilhões em fevereiro de 2014).

Comentário

Ao incluir a conta de juros, houve forte piora no resultado nominal do setor público, que passou de um déficit de 9,5 bilhões em fev14 para 58,6 bilhões em fev15!! Mas o Presidente do BACEN defende o aumento da SELIC… A única conta do governo que pode ser rapidamente diminuída é a conta investimento. Hoje, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, falou que o ajuste inicial proposto de 65 bi, será insuficiente. Agora não temos mais nuvens negras no horizonte, temos um ciclone.