Olá, pessoal!
Nessa semana, por incrível que pareça, fomos surpreendidos por boas notícias em relação ao nosso cenário econômico nacional. Tudo indica que, por mais um mês teremos deflação, o PIB apresentou um aumento de 1,2% no segundo trimestre de 2022, o nível de emprego apresentou um saldo positivo e a renda, aos poucos, vem apresentando recuperação.
Diante dessas boas notícias, o Sr. José Antônio nos mandou a seguinte pergunta:
“Prezados integrantes do DENARIUS, nessa semana tivemos boas notícias em relação a situação econômica do nosso país. Já podemos comemorar essas conquistas? Posso ser mais flexível com o orçamento de casa?”
A pergunta do Sr. José Antônio é muito importante e, felizmente, serve de um alerta para todos nós brasileiros. Apesar dos bons resultados divulgados ao longo dessa semana, ainda não está na hora da população afrouxar o orçamento doméstico. O próprio presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, afirmou que vê sinais de melhora na inflação, mas ainda não é hora de comemorar. De acordo com ele, ainda “temos um processo inflacionário muito alto, há um trabalho duro a ser feito”. Afirmou ainda que “temos bons sinais, mas ainda não há o que comemorar. No índice de difusão vemos alguma melhora. Muito do trabalho que fizemos [em política monetária] ainda não foi observado. Quando olhamos componentes diferentes, o que mais preocupa são os preços de serviços”. Destacando que há uma preocupação especial com o setor de energia, pois não foi adotado medida alguma para o setor em 2022, o que pode impactar a inflação no curto prazo.
Além da questão inflacionária, outros motivos podem ser apresentados para que todos mantenham o orçamento sob controle. Apesar da redução no preço dos combustíveis, os demais itens de consumo das famílias ainda continuam com preços elevados. Assim, uma visita não programada ao supermercado, pode comprometer o orçamento.
Outro ponto destacado por economistas são as taxas de juros. Considerando a taxa Selic e as incertezas do mercado, as taxas de juros estão muito elevadas. Assim, as compras a prazo podem exigir maior comprometimento do orçamento com pagamentos de juros. O que pode levar ao aumento do endividamento e, consequentemente à inadimplência das famílias.
Para outros especialistas, até mesmo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2023 deve ser levado em consideração. No projeto para 2023, o governo não propôs reajuste para os programas sociais, nem correção da tabela do imposto de renda e muito menos ajuste para o valor da merenda escolar. Ou seja, não há previsão de aumento de gostos do governo. Isso aliado ao possível fim dos benefícios tributários relativo aos combustíveis, pode, infelizmente, apertar o orçamento para 2023.
Diante disso tudo, Sr. José Antônio, a nossa máxima ainda deve continuar valendo. Gaste o mínimo necessário para manter uma condição de vida digna. Pois ainda há muita incerteza para o ano de 2023.
Nos vemos em breve para falar mais um pouco dos dilemas do nosso dia a dia.
Até lá!
Por: Prof. Dr. André Luiz Medeiros, Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo