Ver as crianças, olhinhos brilhando, acreditem ainda em Papai Noel ou não, rodeando a árvore e namorando os papéis brilhantes e cheios de fitas? Não tem preço, como no famoso cartão de crédito.
Mas passada a ceia, trocados os presentes, chega a nostalgia.
Aliás, ela já vinha rodeando a gente desde bem antes… Ano terminando no calendário (nem sempre as tarefas do ano acabadas a contento), confraternizações se sucedendo sem tempo ou energia pra serem saboreadas, e aquela sensaçãozinha esquisita de tristeza espreitando e se esgueirando em meio à alegria.
Tenho ouvido isso de muito mais gente hoje em dia.
Eu mesma, na verdade, sempre me senti muito melancólica no Natal. Claro, quando os meus filhos eram pequenos, eu me envolvia de tal forma com as brincadeiras de Papai Noel que tinha pouco tempo pra registrar a tristeza.
Ver uma criança vivendo a fantasia, acreditando nela, recriando a tradição a cada novo ano seja como uma brisa fresca num dia quente.
Talvez seja um pouco por isso que ficamos também tristes no Natal: saudade do brilho no olhar!
Saudade da ingenuidade, da alegria solta e sem motivo, da alma livre das crianças.
Saudade da capacidade de acreditar, mesmo que no impossível.
Saudade da capacidade de ser feliz, às vezes com muito pouca coisa.
Saudade de ir pra cama esperando pela mágica da manhã seguinte.
É! Acho que matei a charada. Aquele ranço de tristeza deve vir da saudade da criança que talvez tenha se perdido pelo caminho…
Vejamos…
Em 2015 prometo andar com ela pela mão, quando sair pelas ruas…
Feliz Natal a todos