A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) acaba de liberar a terceira e última parcela de recursos destinados aos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) sediados em Minas Gerais. A instituição antecipou o repasse de R$ 8,6 milhões, referentes à parcela de 2011, que poderia ser repassada até novembro. Ao todo, os INCTs mineiros receberão R$ 72 milhões, sendo metade proveniente da Fapemig e metade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os recursos vindos da Fapemig foram pagos em três parcelas: em 2009, 2010 e, agora, 2011, totalizando R$ 36 milhões em investimentos.
O Programa INCTs foi lançado em 2008 pelo CNPq que, com recursos próprios e de parceiros, entre eles a Fapemig, destinou mais de R$ 580 milhões a grupos de pesquisa em todo o país, possibilitando a formação de 122 INCTs. O programa tem o objetivo de mobilizar e agregar, de forma articulada, os melhores grupos de pesquisa em áreas estratégicas para o país, além de impulsionar a pesquisa científica básica e estimular o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica de ponta. Além da Fapemig, o programa do CNPq tem como parceiros a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Ministério da Saúde (MS), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e as Fundações de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), do Pará (Fapespa), de São Paulo (Fapesp), do Rio de Janeiro (Faperj) e de Santa Catarina (Fapesc).
INCTs mineiros
Em Minas Gerais, são 13 INCTs, que congregam universidades e centros de pesquisas em atividades voltadas para áreas específicas do conhecimento. Os 13 institutos temáticos são: café, medicina molecular, nanomateriais de carbono, nano-biofarmacêutica, combate à dengue, planta-praga, desenvolvimento de vacinas, pecuária, ciência animal, engenharia, web, energia elétrica e biodiversidade. Os institutos foram selecionados a partir de um edital lançado pelo CNPq, em 2008. “As propostas abrangem desde a pesquisa básica até a apresentação de resultados passíveis de proteção intelectual. Isso implica em benefícios diversos para a ciência e tecnologia, como o aspecto da continuidade dos investimentos em médio prazo”, destaca o presidente da Fapemig, Mario Neto Borges.
Além dos 13 institutos em Minas Gerais, a região Sudeste terá 44 em São Paulo e 20 no Rio de Janeiro. O desempenho de cada instituto é acompanhado pelo CNPq e por um Comitê de Coordenação. “Os Institutos são frutos da articulação de investimentos federais e estaduais. Isso significa potencializar os recursos e focar em prioridades regionais e estaduais sem perder o foco científico nacional. Uma experiência pioneira e brilhante do MCT e do CNPq”, ressalta Borges.
Um dos INCTs mineiros, o de Estruturas Inteligentes em Engenharias, inclui pesquisas que buscam facilitar o controle de vibrações em estruturas, permitindo o diagnóstico e o prognóstico de falhas com mais facilidade. “Esse é um desafio importante para a indústria em geral, mas especialmente para a indústria aeronáutica e aeroespacial”, comenta Valder Steffen Júnior, coordenador do instituto. Ele destaca a importância da conexão entre pesquisa e mercado. “Hoje temos um forte interesse da Embraer em nossas pesquisas. Inclusive já temos, com ela, um projeto paralelo às atividades do instituto”.
Para Valder Júnior, o programa do CNPq representa a oportunidade de trocar experiências com instituições não apenas do Brasil, como de outros países. O grupo coordenado por ele tem, por exemplo, a participação de São Paulo, com a USP São Carlos; do Rio de Janeiro, com a UFRJ; além de pesquisadores das Universidades de Brasília (UnB) e de Campina Grande (UFCG). O instituto também tem parcerias com instituições dos Estados Unidos, Canadá, França e Inglaterra. “Usando as competências de cada grupo poderemos desenvolver esse tema com mais facilidade. É um esforço conjunto, uma sinergia entre instituições”, diz.
Em outubro de 2010, o evento “INCTs: novas perspectivas para o avanço da ciência no Brasil” reuniu coordenadores dos 13 INCTs de Minas Gerais, com o objetivo de estreitar as relações entre eles e parceiros, dentro e fora do mundo acadêmico, bem como discutir e fomentar avanços nas ações de ciência, tecnologia e inovação. O evento foi uma iniciativa da Fapemig, da Pró-Reitoria de Pesquisa e do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT) da UFMG. A proposta de realização de um seminário para se discutir a atuação dos INCTs de Minas Gerais é uma exigência do Edital lançado em 2008 pelo CNPq, como parte do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia.
Fonte: Agência Minas