○ Finanças familiares devem ser tratadas de maneira compartilhada e natural

Administrar as finanças familiares é um desafio porque exige de cada um certo desprendimento em relação ao dinheiro e humildade para aceitar que todos os demais também têm seus desejos e objetivos. Parte do problema com finanças compartilhadas vem do chamado ‘dilema da individualidade’.

A questão do dilema é que as pessoas não querem abrir mão daquelas coisas que elas faziam antes de se unir e quando isso é levado para o aspecto financeiro o que aparece são duas pessoas indo para lados completamente diferentes, explica o financista e colunista Conrado Navarro. Isso é natural. O que se está propondo é que, quando as pessoas decidem que vão se casar ou morar juntos, elas tenham o objetivo de constituir uma família, não uma república.

É preciso discutir as finanças de uma forma mais humanizada e com mais frequência. Quando se forma uma família, as finanças e o dinheiro são parte dessa família, portanto é preciso ter alguns objetivos comuns, além de manter sua individualidade também, mantendo o equilíbrio.

Não está errado ter alguns hobbies, em fazer o que se gosta, no entanto é preciso respeitar os interesses em comum definidos com a família.

Esse ciclo firmado com a família precisa ser renovado constantemente, incluindo o dinheiro na equação, já que ele faz parte da família. Conrado ainda aconselha que, em vez de discutir a situação das finanças da casa, na próxima vez se proponha uma avaliação das prioridades e crie uma lista com cinco objetivos comuns.

Outra coisa importante é compartilhar as responsabilidades. Cada pessoa tem suas responsabilidades e todas devem compartilhar daquelas que dizem respeito às finanças da casa, mesmo quando apenas uma das partes provê o dinheiro.

Quando as partes passam a se admirar as coisas costumam ficar mais fáceis também e isso é muito difícil, pois é comum as pessoas desejarem sempre ter a última palavra. É preciso respeitar os gostos individuais e tudo aquilo que está ligado ao jeito de ser de cada um dos cônjuges. A questão é falar menos sobre o que fazer e apenas observar e incentivar o outro a praticar suas atividades. Admirar mais e cobrar menos.

E isso não quer dizer as pessoas tem que abdicar das suas próprias manias, dos seus próprios hobbies. É exatamente o contrário, desde que os objetivos da família estejam sendo respeitados, a pessoa não só pode como deve manter suas atividades individuais.

“A gente tem que lidar com dinheiro como um assunto qualquer”, diz o financista. Dinheiro é um assunto que merece naturalidade, que merece ser tratado com diálogo assim como outros temas.

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