A Helibrás, que começou suas atividades no Vale do Paraíba, no hangar do CTA e só se instalou em Itajubá dois anos depois, está comemorando 35 anos. O aniversário da empresa será em abril e, para contar um pouco dessa história, o Dr. Eduardo Marson, presidente da empresa, esteve no Conexão Itajubá nesta quarta-feira dia 20.
A empresa faz aniversário em 14 de abril e comemora a data com novas instalações e novos contratos. Assinado em 2008, o contrato com as três Forças Armadas, com o Governo Federal, foi o responsável pela nova cara da Helibrás, o evento contou com a presença do então presidente Lula e do presidente da França, Nicolas Sarkozy.
O contrato, que é tido como um marco, levou a empresa a se modernizar, se tornando a filial mais moderna no mundo, além de permitir uma mudança de patamar. A fábrica que era conhecida pela produção do Helicóptero Esquilo (ainda produzido e muito importante), passou a produzir um helicóptero muito mais complexo. A família EC725 e EC225 é mais complexa sob todos os aspectos, tanto tamanho quanto ciclo de produção, além do seu avançado sistema.
Também houve a criação de um centro de engenharia que veio a se tornar o coração da empresa. O motivo disso é que o centro contava com 10 engenheiros que se transformaram em 70 em três anos, com competências variadas também. Isso tudo objetivando o tão sonhado helicóptero brasileiro.
O Brasil tem uma importante cultura aeronáutica e conta com escolas muito fortes como o ITA, a USP de São Carlos e, agora, a UNIFEI que respondeu prontamente ao chamado da indústria aeronáutica de Itajubá criando o curso de Engenharia Aeronáutica. Isso significa que o país já conta com elementos e ferramentas necessárias para desenvolver o CTH (Centro de Tecnologia de Fabricação de Helicópteros) e a Helibrás.
O CTH é importante para que o conhecimento que se está gerando durante o processo de nacionalização do EC725 e nas integrações de sistemas complexos não fique apenas com a Helibrás, não fique dentro das empresas, mas sim, que se torne um conhecimento de domínio público que pode, inclusive, gerar novas tecnologias.
A vinda do CTH pra região significa desenvolvimento de tecnologia de última geração, colocando o Sul de Minas num patamar mundial de desenvolvimento tecnológico nunca antes alcançado. A região já é consagrada pelo chamado Polo das aeronaves de asas rotativas.
No entanto, para que tudo esse desenvolvimento aconteça é preciso de mão de obra qualificada, não só engenheiros, mas também o nível técnico. Para lidar com essa necessidade, o presidente conta que, devido ao rápido crescimento, em parte é necessário trazer mão de obra de outras cidades, mas que, ao mesmo tempo, a Helibrás possui uma série de atividades de formação de mão de obra, com destaque para o projeto Heliasas que forma mecânicos aeronáuticos pelo Instituto Helibrás.
A empresa ainda está buscando mão de obra. Para aqueles que se interessam pela área é aconselhável buscar as escolas técnicas ou projetos. A Helibrás deve se estabilizar em torno de mil empregados que deixa 200 a serem buscados, sem contar os empregos indiretos gerados. Estamos falando em 5 mil empregos diretos e indiretos.
Por fim, a questão do aeroporto. O evento foi adiado por questões de agenda do Governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, no entanto isso não muda o compromisso assinado. Uma nova data deve ser agendada. Adianta-se que a licitação para a construção já terminou indicando que os recursos estão assegurados, não havendo, portanto, risco de que a obra não ocorra.
Confira a entrevista completa abaixo:
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM