O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse sexta-feira (25) que a crise internacional vai agravar-se, mas que o governo não precisa tomar nenhuma medida para conter a valorização do dólar. Segundo ele, o dólar está se valorizando no Brasil porque está “repercutindo o agravamento da crise internacional”.
“A crise não está sendo resolvida pelos países avançados, que são os responsáveis por esta crise. No caso dos Estados Unidos, há uma lentidão no crescimento [econômico] e conflitos políticos. Mas particularmente a situação europeia é que não tem uma resolução clara e efetiva. Os países [europeus] não conseguem tomar as medidas necessárias”. Para o ministro, a crise ainda vai agravar-se mais. “Mas talvez o agravamento nos leve a uma solução. Só o agravamento fará com que eles tomem as medidas que devem tomar”.
Mantega comparou a crise europeia a um prédio em chamas. Segundo ele, o fogo começou no primeiro andar, onde estavam a Grécia e Portugal. Depois passou para o segundo andar, onde estava a Espanha e terceiro andar, onde estava a Itália. Na cobertura do edifício está a Alemanha. “Começou a pegar fogo lá embaixo, mas existem carros de bombeiros com escadas que poderiam salvar, mas que não estão operando. Finalmente o calorzinho chegou lá na Alemanha. Eles têm água suficiente para apagar o incêndio, que é a liquidez do Banco Central Europeu. A questão é que eles não estão usando. Estão pressionando para que os países façam o ajuste fiscal para que depois usem esse instrumento”, comparou.
Para o ministro, a Europa deverá encontrar uma solução para o problema até fevereiro, embora a solução não vá significar um “mar de rosas”, destacou. “Os problemas vão persistir. Se eles não pensarem em estimular a economia, não vão crescer. O Brasil precisa se preparar para isso. Temos aqui condições que eles não têm, que é o mercado. Vamos continuar dando condições para que o mercado brasileiro continue se expandindo”.
O ministro também falou sobre o Plano Brasil Maior. Segundo o ministro, a lentidão na implementação do plano se deve aos trâmites legais. “Primeiro se faz a medida provisória e aí tem que esperar que o Congresso a aprove. Depois, ela precisa ser regulamentada e implementada. A maioria das medidas já está entrando em vigor, mas a demora de dois ou três meses é normal porque a lei tem que ser aprovada e regulamentada”.
Edição: Rivadavia Severo
Fonte: Agência Brasil