Com sintomas muito similares aos da Febre Chikungunya, o vírus Mayaro é a nova preocupação das instituições de saúde do Brasil. O coordenador da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, Gustavo Thomazine, explica que o Mayaro foi isolado pela primeira vez em 1954 no Caribe, onde um grupo de trabalhadores rurais começou a desenvolver dores articulares muito fortes e dor de cabeça.
A princípio o vírus tem um ciclo de vida silvestre, sendo tipicamente transmitido pelo mosquito Haemagogus. Entretanto foi constatado que o Aedes aegypti, velho conhecido dos brasileiros por ser vetor de doenças como Febre Amarela, Dengue, Febre Chikungunya e Zika, também ficou responsável pelo ciclo do Mayaro quando o mesmo chegou ao meio urbano.
A doença não é novidade, mas o surgimento dela no meio urbano sim. Isso se deve principalmente à degradação ambiental e eliminação dos predadores naturais do mosquito, como sapos, rãs e lagartixas. Sem predadores, a população do mosquito explodiu, facilitando a transmissão de doenças.
No ciclo silvestre a contaminação acontece quando o homem entra neste ambiente e é picado pelo mosquito Haemagogus. A doença tem um ciclo benigno. Depois de cinco dias da picada do inseto desenvolve os primeiros sintomas que são dor de cabeça e artralgia, dor nas articulações muito forte.
Quando essas pessoas contaminadas vão para a cidade o ciclo urbano se inicia, com o Aedes adquirindo o vírus ao picar essas pessoas e transmitindo para outras pessoas naquele ambiente. Os sintomas da doença incluem artralgia, progredindo para mialgia, cefaleia intensa e febre, perdurando de 15 a 20 dias. Ainda não existem casos de mortes confirmados por Mayaro vírus.
Os casos recentes mostram que a transmissão da doença se aproxima de Minas Gerais. Ela já está presente no Centro-oeste e Norte, sendo identificados alguns casos em São Paulo, inclusive de pessoas que não viajaram para regiões onde o vírus conhecidamente existe.
Como a forma de transmissão é a mesma da Dengue, a forma de prevenção também é igual: o controle do mosquito, evitando locais para proliferação do mesmo, e uso de repelentes.
Mais informações sobre o Mayaro na Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ou pelo (35) 3622 0930.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM