Mercadante promete buscar investimento e inovação para a área de ciência e tecnologia

Ao tomar posse como novo ministro da Ciência e Tecnologia, o petista Aloizio Mercadante afirmou que pretende trabalhar para aumentar o volume de investimentos no setor e na inovação. Porém, admitiu que o primeiro ano do governo da presidenta Dilma Rousseff será de “imprescindíveis ajustes fiscais”.

Segundo Mercadante, a meta é passar do atual 1,25% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2% a 2,5% na próxima década. Em quatro anos, a perspectiva é crescer para 1,53% do PIB. Para isso, a ciência e tecnologia necessita crescer, em média, 10% ao ano.

Sobre a possibilidade de aumentar os recursos diante de um possível contingenciamento, Mercadante afirmou que esse cenário “é passageiro” e a presidenta Dilma tem a visão de que somente investindo em ciência e tecnologia o país conseguirá crescer mais e melhorar a renda da população.

“Não há país tropical desenvolvido no mundo. Não temos modelo a seguir, estamos criando nosso próprio modelo e temos todo o potencial para sermos o primeiro país tropical desenvolvido, se efetivamente avançarmos rumo à sociedade do conhecimento e à sustentabilidade ambiental”, afirmou o novo ministro em discurso.

Em um longo discurso com duração de mais de 30 minutos, Aloizio Mercadante alertou que neste primeiro ano de governo, os recursos devem ser menores. “Devemos estar atentos ao fato de que, neste primeiro ano doe governo, serão feitos imprescindíveis ajuste fiscais. Além disso, tornar-se necessário melhorar os mecanismos de controle dos gastos e otimizar o uso de recursos disponíveis. Devemos aprender a fazer mais com menos”, avisou.

O auditório do Ministério da Ciência e Tecnologia ficou lotado. Parte dos convidados assistiu à cerimônia em pé, como os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF). Outros convidados acompanharam a transmissão de cargo na parte de fora do auditório, em um telão instalado no corredor.

Compareceram à cerimônia os ministros Fernando Haddad (Educação), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Fernando Bezerra (Integração Nacional), além do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto.

Um dos fundadores do PT, o economista Mercadante atuou como importante liderança no Senado nos oito anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas eleições passadas, concorreu ao governo de São Paulo, mas perdeu para Geraldo Alckmin (PSDB). Mercadante entrou no lugar do físico Sergio Rezende, que comandou a pasta nos últimos cinco anos e deve voltar a dar aulas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Edição: Talita Cavalcante