Minas Gerais é o primeiro estado a apresentar, oficialmente, o Plano para Redução da Pegada de Carbono da Copa do Mundo 2014, referente aos jogos, eventos e atividades que serão realizados em sua capital e região. A apresentação foi feitapelo gerente de Energia e Mudanças Climáticas da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Felipe Nunes. Os dados foram divulgados durante o seminário Desafios e Alternativas para Realização de um Evento Sustentável, promovido pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), no auditório doBanco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
De acordo com Nunes, “a pegada de carbono mede a quantidade total das emissões de gases de efeito estufa causadas, direta ou indiretamente, por uma pessoa, organização, evento ou produto”. No caso da Copa do Mundo, as estimativas revelam o rastro de emissões das principais atividades relacionadas aos eventos desde o início até o fim dos jogos. Uma vez conhecida a magnitude e as fontes principais de emissões de gases de efeito estufa que integram a pegada de carbono podem ser direcionados esforços para mitigação desses impactos.
O levantamento dos dados e cálculo da pegada foi realizado pela Fundação em parceria com a Secretaria de Estado Extraordinária da Copa (Secopa), com orientação e apoio de uma consultoria internacional especializada. “Tivemos a oportunidade de trabalhar com a empresa de consultoria que desenvolveu os estudos e projetos de baixo carbono nas Olimpíadas de Londres em 2012, a Useful Simple Projects, reconhecida pela credibilidade e resultados alcançados neste evento”, explicou o gerente.
Os resultados do levantamento mostram que devem ser produzidas pelos espectadores, operação, construção do estádio e infraestrutura cerca de 805 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO²e) no Estado durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo Fifa. “No escopo foram incluídas as atividades diretamente e indiretamente relacionadas aos eventos considerando um critério de responsabilidade financeira de todos os organizadores e atores envolvidos. Só assim conseguimos definir ações capazes de minimizar ou compensar as emissões conforme as responsabilidades e atribuições de cada instituição envolvida”, esclareceu.
Desse total, apenas 9% são emissões de responsabilidade dos Governos Municipal e Estadual, 76% são referentes aos expectadores e o restante se referem às demais atividades. “Esses dados nos mostram o desafio que temos pela frente. Como reduzir efetivamente as emissões pelas quais não temos responsabilidade direta e produzir uma Copa do Mundo de baixo carbono?”, questionou.
Segundo o gerente da Feam, Minas Gerais optou por focar na redução e compensação das emissões próprias e incentivar os outros atores a reduzirem suas emissões também. “Nossas metas são reduzir 20% e compensar o restante das emissões próprias. No entanto, também assumimos o compromisso de atuar na redução de 10% das emissões das acomodações dos espectadores e dos resíduos por eles gerados, que não estão sob responsabilidade do governo estadual. Somadas essas reduções àquelas já ocorridas com a construção sustentável do estádio do Mineirão planejamos alcançar uma diminuição de cerca de 40% do total de emissões de gases de efeito estufa previstas inicialmente”, explicou Nunes.
O gerente detalhou, também, a forma como as metas citadas serão alcançadas. “Essa é uma agenda de Governo com compromissos e ações para a redução da pegada de carbono em Minas Gerais para as Copas”, concluiu.
Ainda durante o seminário, o gerente de Planejamento e Articulação da Secretaria Extraordinária da Copa, Bruno Kemji Yokoi apresentou o novo Mineirão, que é fruto de uma Pareceria Público Privada com a Minas Arena que fará a gestão do estádio nos próximos 25 anos, em uma gestão compartilhada com o Governo de Minas.
Em seguida, a supervisora de Meio Ambiente da Minas Arena, Marcela Viana apresentou a Certificação LEED, que é um reconhecimento que não só o Mineirão, mas todos os estádios que irão sediar a Copa do Mundo 2014 estão buscando. “Esse é um processo que ainda está em andamento. Ela inicia na fase de projeto, de obra e só é concedida depois de tudo pronto e da análise de toda a documentação”, explicou. Ela afirmou que na obra, a Minas Arena contou com o apoio de uma consultoria que era responsável por todo contato com o órgão certificador.
Fonte: Agência Minas