Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), tem o maior índice de sobrevivência das micro e pequenas empresas no país. Do total de 573 que abriram as portas em 2007, 88% sobreviveram até 2009, segundo o levantamento Sobrevivência das Empresas no Brasil, feito pelo Sebrae nos setores da indústria, comércio, serviços e construção civil. A pesquisa foi feita no país com 521 mil empresas e apontou ainda que Minas Gerais apresentou a maior taxa de sobrevivência entre as micro e pequenas empresas brasileira (81,5%), e consequentemente a menor taxa de mortalidade (18,5%).
A média nacional de taxa de sobrevivência no segmento no país é de 76%, e a taxa de mortalidade de 24%. “Temos feito trabalho forte de orientação para quem quer abrir uma empresa. Além disso há empenho no trabalho de educação em empreendedorismo nas escolas”, afirma Afonso Maria Rocha, diretor-superintendente do Sebrae Minas. Ele ressalta o trabalho feito pelo Minas Fácil, projeto do governo ligado à Junta Comercial, presente em 92 cidades do estado e que funciona como central de atendimento para orientar a abertura de empresas.
“Conseguimos abrir empresa aqui em Minas em oito dias. Há regiões do Brasil em que se demora mais de 100 dias”, afirma Rocha. Ele cita outra pesquisa do Sebrae, que revela que 71% das empresas abertas em Minas são criadas por oportunidades, e não por necessidade. “Isso faz a diferença. Quando a empresa é aberta por oportunidade, a taxa de mortalidade é pequena”, enfatiza. Os dois primeiros anos, avalia, são os mais desafiadores para os empresários. “Geralmente eles ainda não têm carteira de clientes e fornecedores. É um período de muita aprendizagem, mesmo que tenha sido feito plano de negócios bem elaborado. O período de dois anos é de estágio, residência”, afirma.
O microempresário Marcos Antônio Zambalde Júnior montou a pizzaria A Massa em janeiro de 2011, em Betim. No início, o negócio era só uma portinha, de 50 metros quadrados e três funcionários. Trabalhava só com o sistema de delivery. Em dois anos, o perfil da empresa mudou e Zambalde Júnior já pensa em abrir franquia. A pizzaria hoje está em área de 200 metros quadrados, com três salões, e tem 11 funcionários. O faturamento mensal saltou de R$ 10 mil para R$ 60 mil, produzindo de 1,5 mil a 1,8 mil pizzas ao mês.
Em novembro do ano passado, Zambalde Júnior recebeu o prêmio Empresário do Ano da Associação dos Comerciantes de Betim, na categoria Comércio, em que estiveram inscritas 400 empresas. Ele, que era engenheiro de telecomunicação, não se arrepende de ter migrado para o negócio próprio. “Conseguimos focar o negócio no público A e B, que estava carente de produto de melhor qualidade”, afirma Júnior.
A pesquisa apontou que outras cidades mineiras ficaram acima da média nacional no tempo de sobrevivência de micro e pequenas empresas: Sete Lagoas (87%), Ipatinga (84%), Muriaé, Itaúna e Juiz de Fora (83%), Divinópolis, Poços de Caldas e Itajubá (82%), Pouso Alegre e Nova Lima (81%), Uberlândia, Varginha e Montes Claros (80%), Ubá e Patos de Minas (79%), Governador Valadares, Belo Horizonte, Ribeirão das Neves e Além Paraíba (77%).
Fonte: Agência Minas / Estado de Minas