Quem impulsionou a criação dessa data foi o Papa Gregório III, que durante seu tempo de pontificado – anos 731 a 741 d.C. – consagrou uma capela na Basílica de São Pedro em honra de todos os santos, e fixou a data comemorativa para o 1 de novembro.
Na verdade, a designação “todos os santos” se referia aos mártires cristãos dos primórdios do cristianismo e não exatamente àqueles já santificados pela igreja primitiva.
Era estratégia da religião que se impunha aos conquistados, instituir suas festas nos dias destinados às comemorações religiosas dos povos subjugados. Afirma-se que o Dia de Todos os Santos ocupou o Samhain celta na Grã Bretanha, que marcava o início do inverno, tempo de recolhimento.
O dia seguinte, Dia dos Mortos, também uma data de iniciativa cristã, destinava-se a varrer definitivamente as comemorações ditas pagãs para longe da consciência dos recém convertidos à nova religião.
Até a Idade Média, o dia dos mortos era temido como o dia em que os espíritos tornavam ao mundo, assustando as pessoas.
Uma versão “mais comportada” desse temor é vista nas comemorações do Dia de Los Muertos mexicano, em que os parentes falecidos se encontram com os vivos em cada família, para se banquetearem juntos.
Na verdade, são 3 os dias no ano em que se fala da morte: 31 de outubro (Halloween), 01 de novembro (Todos os Santos) e 02 de novembro (Finados).
Os celtas acreditavam que no dia 31 de outubro os mortos vagavam pela terra, logo antes do dia de todos os Hallow (santos). Deriva daí a tradição do Dia das Bruxas, não tão comemorado entre nós.
A história da humanidade não deixa de ser uma repetição contínua no presente, do passado, e as religiões mostram bem isso.
Todas buscam o mesmo: uma relação mais próxima dos homens com a divindade, seja ela qual for. Uma oportunidade contínua de desenvolvimento espiritual pela prática dos valores éticos originais de todas as religiões.
Entretanto, desgraçadamente, a história tem mostrado uma sequência infindável e cruel de predomínio de umas sobre outras.
A Guerras “Santas” se sucedem, como testemunho da brutalidade humana…
Graça Mota Figueiredo