Por Dra. Graça Mota Figueiredo/Do Divino que há em nós
Embora em outubro se fale muito do dia das crianças, a gente quase se esquece do dia dos idosos. E ele, aliás, vem primeiro: a ONU determinou que o dia 01 de outubro seja o dia deles em todo o mundo.
No Brasil, país por sinal nada apropriado para se envelhecer, o IBGE estima que até 2055 o número de cidadãos com mais de 60 anos supere aqueles com até 29 anos.
Estamos nos tornando rapidamente um país idoso.
Na Antiguidade o idoso era um cidadão digno de respeito e escolhido para funções que requeressem experiência e sabedoria. Em Atenas, por exemplo, só podiam elaborar as leis da cidade os cidadãos com mais de 40 anos, os idosos da época.
Aliás, os nossos índios sabem muito bem da importância dos seus velhos: são eles que dirigem a tribo, tanto espiritual quanto materialmente. São eles que determinam o rumo futuro da tribo, que para isso é preciso maturidade.
Hoje o cenário não poderia ser mais diferente: apenas o novo tem valor. Apenas os jovens definem o futuro, pouco importando o quanto já viveram e conhecem da vida.
No Brasil, o número de indivíduos com mais de 61 anos corresponde atualmente a cerca de 17% da população, somando 24 milhões de pessoas que, em média, viverão até os 75 anos. Em 2050 a expectativa de vida ao nascer subirá para 81,2 anos.
Cenário promissor? Ainda não, infelizmente.
Uma parcela ainda muito pequena desses idosos tem hoje e terá no futuro renda suficiente para uma vida de qualidade, onde lazer e saúde sejam prioritários.
Mas não se trata apenas de renda: a solidão se anuncia a nova companhia dos idosos: famílias pequenas, distantes, a internet definindo o novo padrão de comunicação, no qual a distância nos relacionamentos prevalece…
O Poder Público parece distante da sua responsabilidade, omisso nos seus planos, governo após governo.
Como país jovem que somos, mais uma vez parecemos adolescentes irresponsáveis, acreditando que tudo se resolverá como mágica.
E nós, o que andamos fazendo pelos nossos velhos e por nós mesmos, quando chegarmos à velhice?
Fonte: https://exame.abril.com.br/brasil/quem-sao-e-como-vivem-os-idosos-do-brasil/