Ao que eu respondi, um tanto surpresa: “Não tenho mais pai há muito, e o Marco não está mais aqui pra eu lhe dizer o quanto ele é um maravilhoso pai postiço pros meus filhos. E por falar em filhos, eles hoje estão em São Paulo, com o pai!”
Mas ele insistiu: “Ainda assim, um bom Dia dos Pais pra você!”
Recebi os desejos dele no coração, que carinho não se despreza nunca.
Até que acordei hoje pela manhã e logo me ocorreu que o dia seria bem solitário, sem nenhum pai à minha vista na mesa de almoço.
Aí foi que me lembrei do desejo do meu amigo e percebi o quanto era sábio. Afinal (estou fazendo o meu próprio “comercial”) ele é um Psiquiatra.
E, à medida que o domingo vai passado, me encontro na imaginação com todos os Pais que já tive, e eles me fazem companhia, uma companhia alegre e amorosa: o meu pai, os outros que tive pela vida quando precisei, o Marco que cuidava tão bem de mim, os meus filhos que são pais maravilhosos para os seus filhos, eu mesma quando fui pai deles na necessidade de regras e limites, os pais dos meus amigos, os pacientes-pais ou filhos de quem já cuidei, os pais desconhecidos que encontro pelas ruas levando os seus filhos e que me dão ternura…
É verdade! Pais não precisam ser pessoais. Pais nem sequer precisam ser homens!
Pais são toda e qualquer pessoa que cuida de plantar os valores, a responsabilidade, o compromisso, a ética nos relacionamentos, o respeito ao Outro, às convenções, seja num filho ou na sociedade.
Pais são aqueles que não se prendem a gênero quando se trata de cuidar e compartilhar; pais são homens ou mulheres de bem, às vezes são até crianças que tomam pra si a tarefa de cuidar de irmãos mais novos, de sangue ou de amor…
É, meu amigo tem razão: esse Pai “expandido” a todos aqueles pais de gente ou de valores, este Pai é minha companhia neste domingo.
Feliz Dia dos Pais, Humanidade!