O sócio consciente é Pai quando impõe limites é marido quando procura compreender e irmão quando gera um ambiente de saudável cumplicidade criando soma das qualidades e não competição entre elas. Ele compreende que a relação passa por transformações e aproveita a evolução do grupo para evoluir também.
Está equivocada a idéia de que sócios se juntam apenas porque possuem a intenção comum de ganhar dinheiro. Não é verdade, afinal se assim o fosse empresas altamente lucrativas não teriam encerrado suas atividades.
Ironicamente quando a empresa alcança o sucesso é que os problemas aparecem. Surge neste momento o desejo pelo poder a comparação a disputa e diversos outros sentimentos, que decorrem da imaturidade individual e da ausência do auto-conhecimento dos integrantes do grupo.
Infelizmente as empresas investem muito pouco na busca interior de seus líderes. Normalmente coloca-se uma meta para ser alcançada e nada mais. Logo que se alcança a meta vem a pergunta colocada ao final daquele jantar ou ilusória comemoração: E agora o que vamos fazer, qual será o próximo passo? Não demora em aparecer um líder motivacional esbravejando: Vamos muito mais longe, nós podemos muito mais!.
É claro que podemos muito mais, mas não nesta direção, ou seja, não na direção de uma meta sabidamente inatingível, baseada unicamente na acumulação de riquezas ou na destruição de um concorrente.
As metas podem ser uma armadilha perversa para as organizações, uma vez que as empresas se esquecem de que o maior prazer é alcançado no caminho lugar onde criamos os vínculos, que aprendemos a respeitar nossos limites e os limites do colega, onde temos oportunidade de nos deparar com a luz e a escuridão, e finalmente entender que não existe diferença entre elas. Que tudo depende do modo como interpretamos os desafios no alcance de um objetivo.
O problema é que as organizações fazem do caminho um verdadeiro inferno é um pensamento dogmático que quer nos convencer que o caminho (vida ou viver) é o inferno e que a meta (morte ou morrer) é o paraíso. Não se surpreenda em saber que o caminho é a vida e a meta é a morte. Por isso, ter uma meta como um fim é a maior das atrocidades que uma empresa pode fazer com seus colaboradores.
É o erro de inserir em suas mentes a consciência da morte. Porque sabemos que a meta é a ilusão do fim (que não existe), que é a mesma ilusão criada pelo dogma, que a morte é o fim, e que somente quando alcançamos a meta ou a morte entramos no paraíso ou nos sentiremos realizados.
É por isso, que as pessoas relacionam trabalho a inferno, perda, esforço, porque, todos estão em direção a meta (paraíso). O problema é que inconscientemente reconhecemos a meta como a morte, que também é conhecida como o fim do caminho ou o fim de uma jornada. Nesta lógica sabemos que ao chegarmos na meta entraremos em desespero, uma vez que o prazer que teremos com o bônus durará até a quitação da hipoteca ou da aquisição de um carro melhor daquele do meu cunhado. Por isso, o alcance da meta se tornou algo desesperador nas organizações, pois os lideres e colaboradores já sabem que depois da meta, virá a depressão ou talvez até a morte da empresa.
Enquanto escrevo este texto meu filho de um ano e meio vem até mim, puxa meu telefone da mesa. Eu pacientemente paro de escrever e vou brincar com ele.Se eu tivesse tomado pela consciência das metas provavelmente eu teria olhado para meu filho com uma cara de medo e desespero e provavelmente, gritado: Filho me deixa trabalhar preciso entregar este projeto e isto vai ajudar a bancar seus estudos, seu plano de saúde, sua mesada, sua festa de casamento e toda a medicação que seu Pai vai ter que gastar para se recuperar de todo este desgaste inútil gerado pela busca de algo sem qualquer sentido.
As empresas tiram a alegria de viver das pessoas porque as colocam focadas nas metas. Mas esquecem de dizer para elas que as metas não são o fim, mas sim uma parte do caminho, uma espécie de fase, que deve nos preparar para que possamos entrar melhor no cumprimento das fases seguintes da vida. O que deveria se esperar é que uma vez vivenciado o caminho tivéssemos adquirido mais experiência e nos tornado pessoas melhores.
Um grande abraço a todos e até a próxima.