Semelhantes na eternidade que anunciam.
Semelhantes, principalmente, no fato de serem imutáveis e imexíveis…
Eu também pensava assim até há bem pouco tempo.
Agora vejo uma enorme diferença entre o sempre e o nunca.
Não concorda, leitor? Vejamos:
O sempre me permite criar, modificar, atualizar, sempre que a monotonia se anuncia…
Imaginem se alguém me diz: “Você conviverá sempre com esta mesma pessoa!”.
Quando a mesma pessoa, ou o mesmo jeito de ser, ou as mesmas palavras,
ou os mesmos carinhos, ou o amor do mesmo jeito de sempre se repetem, a
mudança sempre é possível!
Estão os dois lá, frente à frente, e sempre é possível fazer diferente.
Quando o sempre se faz a regra, eu sempre posso, à falta de melhor reação,
sonhar com a mudança, com o novo, com a rebeldia…
Mas o nunca… Ou o nunca mais…
Estes, sim, o nunca e o nunca mais, se casam com a eternidade…
Quando alguém me diz: “Nunca mais você verá esta pessoa, nunca mais você
lhe sentirá o cheiro do perfume, nunca mais ela abrirá a porta de casa, nunca
mais você sentirá o seu calor, a sua ternura, nunca mais você ouvirá a sua voz,
nunca mais vocês farão as pazes depois de uma briga, convencidos de que o
amor de vocês é maior, muito maior do que as diferenças…”
O nunca e o nunca mais, sim, são imutáveis, imexíveis, irredutíveis.
Ai de mim, o nunca e o nunca mais não aceitam barganha!
Por mais que eu venha tentando barganhar com Deus nos últimos dias…