2015 não promete ser um ano muito amigável em termos econômicos e para manter Itajubá e região por dentro da situação no Brasil, quinzenalmente o Conexão Itajubá vai trazer o Plantão Econômico, com o Professor Hector Gustavo Arango, diretor da FACESM, economista e nosso consultor para assuntos econômicos. Os problemas financeiros do país são vários, passando pelo deficit na Poupança, aumentos dos combustível e questão da Petrobras que já perdeu 80% do seu valor. No fim, tudo isso vai parar no bolso do contribuinte.
No momento o Governo tem feito um esforço para tentar melhorar a situação em que o Brasil se encontra, no entanto a tendência ainda é bastante preocupante. O Plantão Econômico tem por objetivo mostrar para as pessoas através de uma ferramenta de mensuração, o econômetro, cinco dimensões da economia: renda, emprego, inflação, contas públicas e setor externo. A situação é medida em cores: azul quando estiver tudo bem, verde quando estiver bom, amarelo quando a situação for preocupante, laranja é muito preocupante e vermelho, muito ruim.
No geral a situação atual é amarela, com tendência para laranja. O econômetro ainda não está no vermelho, mas caso as providências adequadas não sejam tomadas agora e a economia não reaja da maneira esperada, o cenário pode piorar e atingir o pior dos estados.
A dimensão renda está classificada em amarelo e a tendência é realmente ir para o laranja. O amarelo vem do ano passado, quando já se começou a perceber que a renda (medida pelo PIB – Produto Interno Bruto) estava crescendo muito pouco, algo próximo de zero, quando a previsão do início daquele ano era algo próximo de 3% que depois foi sendo revisado ao longo de 2014. Setorizando o PIB, alguns setores são extremamente preocupantes, como é o caso da indústria que caiu 3,2%.
Emprego é a única dimensão que está em um patamar melhor, o verde. O motivo é que a taxa de desemprego está relativamente baixa, no entanto, os indicadores mostram que a tendência é sair do verde e ir para o amarelo, uma vez que a criação de emprego e outras variáveis que contribuem para o índice estão piorando rapidamente em função da piora da economia. Se a renda está caindo é de se esperar que o investimento também caia e consequentemente o emprego diminua.
Teoricamente todas as medidas do governo estão sendo tomadas em cima da infração, que atualmente está laranja, mas totalmente indefinida. As medidas tomadas são para corrigir a inflação que já saiu e muito do teto da meta, os primeiros indicadores de 2015 já mostram uma inflação muito elevada. Ainda sim é preciso perceber que o Governo está agindo para controlar a situação, é como se uma pessoa estivesse doente e tomando sua medicação para melhorar. É preciso esperar para ver se o remédio vai funcionar.
As contas públicas estão no laranja e indefinidas também. Elas somadas à inflação são a principal preocupação do Governo atualmente. O Brasil iniciou o ano com o Ministério da Fazenda anunciando que seriam tomadas medidas de corte em diversos setores, inclusive na educação que seria o grande objetivo do governo nesta nova gestão. De fato houve um enxugamento para que o Governo gaste menos, no entanto, isso também significa que o Governo vai investir menos, freando a economia.
Por fim o setor externo, vermelho e muito problemático. O setor externo teve o pior ano em muito tempo, assim como os indicadores internos no Brasil, há muito tempo não se via uma situação tão ruim. O Governo está agindo junto ao setor externo na parte conjuntural, tentando tornar a taxa de câmbio mais atrativa para exportação e menos atrativa para importação, além de um conjunto de medidas e impostos para produtos para o comércio exterior. O objetivo é equilibrar a balança comercial.
Mexer na taxa de câmbio é importante, mas o grande problema para exportar não está nela, mas no custo do Brasil para produzir. Isso envolve infraestrutura, estradas que não estão adequadas, produção que não se consegue escoar, portos ineficientes e outros pontos que não estão sendo vistos nas ações do Governo.
Para este ano então, o conselho é tomar bastante cuidado. Isso não quer dizer que não se deva comprar nada, mas que isso deve ser feito com muita consciência. A disciplina financeira de cada pessoa agora precisa ser levada à risca.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM