É claro que, como uma Sagitariana de livro, eu me recomponho logo e volto a confiar nesse nosso povo que supera desafios e cresce com as dificuldades.
Mas… me acompanhe quem quiser…
A corrupção endêmica, generalizada, praticada com convicção e cinismo, quase parecendo a nova regra social…
A violência sem rosto, sem nome, sem causa definida, praticada por meninos de quem ontem as mães trocavam fraldas…
Os ônibus e os Postos de Saúde queimados pela fúria insana e sem objetivo de quem não sabe como se expressar…
Os bandidos, a polícia e os populares se engalfinhando em guerrilhas urbanas onde a morte de todos é o prêmio macabro…
Os políticos, à beira das eleições, com suas máscaras sujas e rasgadas de estadistas nanicos…
As escolas, os professores e os alunos acuados e perplexos, agredindo-se uns aos outros com armas que ferem o corpo e a alma…
As mães e os pais, tão crianças quanto aquelas que jogam no mundo, e que começam a caminhada pela vida como se brincassem de boneca…
Mais tarde, os pais e os filhos, insanos, que conversam por aparelhos faiscantes e frios, escondendo o próprio coração uns dos outros…
Pra onde vamos todos? Pra onde vai a sociedade, que convive com o horror de uma guerra civil não declarada, mas nem por isso menos sangrenta, com o circo da Copa do Mundo se anunciando tal qual um espectro de tragédia anunciada, com as Instituições que deveriam garantir os valores para o futuro se emporcalhando cada vez mais?
A miséria, a pior delas, aquela do espírito, às vezes parece ganhar da virtude; gente de bem se convence de que desistir é o único caminho, e assim se vai a esperança.
É, a noite da alma parece longa!
Duro trabalho para a Esperança, mesmo aquela dos Sagitarianos…