A quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera atingiu um nível recorde em 2012, agravando a mudança climática que vai moldar o futuro do planeta pelos próximos milênios, afirmou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) na quarta-feira (6).
O Boletim anual sobre os Gases de Efeito Estufa da agência mostra que, entre 1990 e 2012, houve um aumento de 32% na radiação, forçando o efeito do aquecimento do planeta devido a uma alta quantidade de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de longa duração que retêm o calor na atmosfera, como o metano e o óxido nitroso.
O dióxido de carbono, vindo principalmente das emissões relacionadas aos combustíveis fósseis, foi responsável por 80% deste aumento, informou a OMM. O aumento de CO2 na atmosfera entre 2011 e 2012 foi superior à sua taxa média de crescimento ao longo dos últimos 10 anos.
As últimas descobertas “destacam mais uma vez como gases-estufa de atividades humanas têm perturbado o equilíbrio natural da nossa atmosfera e contribuem significativamente para as alterações climáticas”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.
Ele lembrou que o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) recentemente afirmou que as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram para níveis sem precedentes, pelo menos nos últimos 800 mil anos.
É importante ressaltar que o boletim sobre os gases de efeito estufa fala sobre a concentração atmosférica e não sobre as emissões, que representam o que vai para a atmosfera. As concentrações representam o que permanece na atmosfera após o complexo sistema de interações entre atmosfera, biosfera e oceanos.
Ao mesmo tempo, oRelatório sobre a Lacuna de Emissões(do inglêsEmissions Gap Report), lançado também na quarta-feira (6) e coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), diz que se a comunidade internacional não tomar alguma atitude, vai ficar difícil manter a um baixo custo o aumento da temperatura da Terra inferior a 2°C e uma série de desafios serão criados.
Fonte: ONU Brasil