Amanhã (porque tudo passa) vou embora. Mas volto em duas semanas.
Na Faculdade tive 3 semanas de recesso, e aproveitei para descansar um tiquinho. O novo jeito de dar aulas cansa muito mais do que o antigo, e todos os professores, de todos os níveis, sabem disso muito bem.
O consultório continua, mas como ainda estamos on line não tivemos problema, eu e os pacientes.
Chegar aqui é sempre mágico.
Quando saio da estrada e entro na rua de casa, como se num sonho, volto para a infância.
Até os cheiros voltam e me envolvem.
As ruas, as casas, as charretes nas ruas, as lojas antigas, a casa do vovô, tudo ficou intacto.
Que delícia ouvir “Ah, bem que eu desconfiei: você tem os olhos dos Motta”. E aí, dá-lhe prosa e lembranças.
Os nomes são (quase) todos conhecidos e, quando os ouço, uma corda invisível vibra e toca uma música de saudade e nostalgia.
Incrível como a gente se sente segura nos lugares da infância.
Parece que todas as dores da vida que passa recuam pra um lugar de suavidade. Um calor se espalha pelo corpo, e um sorriso maroto teima em se desenhar nos lábios.
Aqui não tenho medo da vida, aqui sou forte, aqui um colo infinito me acolhe e acalma.
Não preciso visitar ninguém. Em compensação, quando saio de casa não sei quando volto. Em toda esquina alguém do passado, alguém querido, alguma conversa daquelas que alimentam a alma.
E, de fundo, o apito do trem.
Essa é outra história, pra contar depois…