O Governo precisa mudar para dar força às suas diretrizes econômicas e defender seus princípios no sentido de diminuir as desigualdades sociais no Brasil. Desde antes das eleições já se falava na necessidade de uma mudança no rumo da economia, independente de quem fosse eleito. A reeleita Presidente Dilma não deveria nem poderia manter a sua politica econômica porque ela já estava dando sinais de esgotamento.
Segundo o economista e professor Hector Gustavo Arango, alguns pontos edificaram essa posição. O primeiro diz respeito aos gastos público, o segundo sobre o desequilíbrio na balança comercial e o terceiro sobre a pressão nos níveis de preço. Apenas um desses fatores já seria suficiente para qualquer equipe econômica sensata repensar o que estava sendo feito. Os três ao mesmo tempo, fora outros que não são mencionados, são o bastante para ‘cair a ficha’ de que uma mudança deveria ser feita.
Prova disso é a equipe econômica escolhida, que nitidamente aponta para um sinal diferente ao mercado. Como forma de acalmar os ânimos de vários setores que estão reclamando com razão da economia, essa nova equipe é mais próxima do mercado. Um dos setores que mais foram prejudicados foi o da indústria, que está uma situação muito preocupante, principalmente se considerarmos que esse é o motor da economia no país.
A questão da educação também entra nesse panorama. Carente de uma verdadeira reforma, o sistema educacional não é capaz de gerar profissionais capacitados com a qualidade que se deseja, aleijando também a questão dos recursos humanos que também são necessários para um verdadeiro crescimento. O Brasil insiste em não se preocupar com questões sérias, como é o caso da saúde e educação.
De uma maneira imediata, no entanto, a principal preocupação é equilibrar as contas públicas e nisso também está incluída a questão do investimento social. O grande desafio é reduzir os gastos sem prejudicar os programas sociais. Vendo de uma maneira positiva, é bom lembrar que no meio do ano também se falava na obrigatoriedade de um governo reeleito rever sua política e isso está sendo feito.
Nesse cenário em que o Governo enfrenta os problemas de frente, a expectativa do mercado é de que haja restrições. Para que um ajuste seja feito e o mercado, juntamente com os investidores, possa novamente acreditar que o Brasil está uma trajetória de crescimento, a disponibilidade de recursos para investimento deverá ser menor em 2015. A partir de então deverão ser alavancados os investimentos.
O Governo precisa demostrar claramente que ele não perdeu o controle e que é capaz de gerir as suas contas de forma competente e com superávit de preferência, de maneira a equilibrar os déficits que vêm ocorrência. Dessa maneira ele passa a ter novos recursos para alavancar outro ciclo de crescimento. Quanto tempo vai levar é impossível de prever.
É muito provável que o Governo opte por essa politica ortodoxa de aumentar os juros para conter o consumo. O problema não é o juros, mas sim a questão do crédito. Para o ano que segue a regra é ordenar as finanças, tanto para as pessoas comuns como para o próprio governo.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM