Os brasileiros consomem mais sal que o recomendado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza um consumo diário de apenas 5 gramas por pessoa. Porém, no Brasil a população consome 12 gramas. Na verdade, o principal vilão da história é o Sódio (Na). Embora considerado um dos vinte e dois minerais essenciais para o organismo, a ingestão excessiva de sódio pode provocar problemas de saúde.
Os efeitos do nutriente no organismo não são imediatos e as pessoas podem demorar anos para apresentar sintomas. O sódio está associado a uma série de doenças crônicas, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, problemas renais e cânceres.
Em Minas, 30% do total de óbitos é resultado de eventos cardíacos. “Se o consumo for reduzido, o número de vidas perdidas também será significativo”, explicou a nutricionista da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Joyce Mara Diniz Xavier.
Em excesso, o sódio pode provocar ainda, cefaléia, delírio, parada respiratória, hipertensão, eritema da pele. Porém, a solução não é eliminar por completo o nutriente da dieta. Deficiência de sódio também é prejudicial; pode causar letargia, fraqueza, convulsões. O ideal é manter o equilíbrio alimentar.
Dieta saudável
A recomendação de consumo máximo pela OMS tem como objetivo alcançar uma alimentação saudável e promover a saúde da população. Porém, segundo a nutricionista, frear o consumo do tempero na alimentação, é um grande desafio, pois envolve mudanças de hábitos e atenção extra com os produtos industrializados.
Os temperos não são encontrados apenas na forma clássica de pó branco. O sal está presente também em alimentos industrializados. “Ele está escondido até onde não nos damos conta, como em pães, produtos congelados e bolachas. Isto porque o sódio tem efeito bactericida, melhora o sabor e ainda ajuda a evitar que a comida se estrague”, explicou Joyce.
Para evitar o consumo excessivo de sal, a nutricionista dá algumas dicas. Segundo ela, o mineral está presente naturalmente na composição dos alimentos, por isso uma das formas de reduzir o consumo é evitar salgar a comida durante o preparo, apenas temperá-la quando já está pronta, na mesa, e prestar atenção nos rótulos dos alimentos industrializados. “Uma forma saudável de temperar os alimentos seria utilizar ervas frescas ou secas, cebola, cebolinha, salsinha, pimentas naturais, limão, orégano e curry. Deixar o saleiro em cima da mesa, por exemplo, é considerado um pecado capital”, finaliza.
Rótulos
Uma boa parte do sal consumido diariamente vem do consumo de alimentos processados. Alguns alimentos industrializados são grandes vilões da dieta, porque apresentam uma quantidade muito elevada de sal em sua composição.
Às vezes, uma única porção faz o consumidor ingerir mais sódio do que o recomendado para todo o dia. Temperos prontos, mostarda e molhos para salada, embutidos como linguiças e salsichas são alguns exemplos de alimentos que recebem grandes quantidades de sódio.
Por isso, é importante conhecer a quantidade de sal presente nestes alimentos. Os rótulos são aliados dos consumidores. Neles são especificadas a porcentagem de sódio presente naquele alimento em relação ao consumo diário ideal por pessoa.
Por exemplo, o rótulo de um pão pode mostrar que cada fatia tem 7% da quantia de sódio recomendada. Se você ingerir quatro fatias por dia, irá consumir quase 30% do total de sódio diário somente em pães.
Vigilância
A SES possui um programa de monitoramento de alimentos que, entre outras ações, analisa a qualidade e a exatidão dos rótulos dos alimentos comercializados. Segundo Cláudia Parma, diretora de Vigilância em Saúde, o Programa de Monitoramento (Progvisa) funciona desde 2000.
“Se a análise indicar alguma irregularidade, ações são tomadas para a proteção da saúde. Com isso, garantimos que o consumidor possua uma fonte confiável de informação sobre o produto que irá consumir”, explicou. “Os rótulos são ótimos aliados de quem deseja prestar mais atenção nos alimentos que está ingerindo. Através deles podemos saber exatamente os nutrientes presentes nos alimentos industrializados”, finaliza.
Fonte: Agência Minas