As principais patologias que levam o indivíduo a desenvolver alguma doença nos rins são a diabetes e a hipertensão. Segundo o coordenador da Nefrologia da Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Itajubá, Dr. Pablo Mesquita, muitas vezes o paciente possui uma doença silenciosa nos rins e por isso essas pessoas que já possuem as patologias críticas devem procurar o serviço de nefrologia para fazer uma avaliação.
Mesquita explica que é importante prevenir. A avaliação irá determinar se a pessoa possui algum grau de disfunção renal, mesmo que ela não tenha nenhum sintoma, e o tratamento poderá começar antes de a doença se tornar algo grave. Muitas vezes o paciente só vai sentir alguma coisa e procurar um médico quando já está no momento de entrar em uma hemodiálise, conta.
Os sinais envolvem insônia, má alimentação, perda de peso e retenção de líquidos, levando o indivíduo a uma situação onde ele precisa de uma diálise de urgência secundária à insuficiência renal. Indivíduos que convivem com diabetes e hipertensão podem desenvolver doenças renais e por isso, preventivamente, devem fazer um check-up anualmente.
Aqueles pacientes que foram diagnosticados com algum nível de disfunção renal são encaminhados para um ambulatório de tratamento específico, sendo acompanhados para tentar postergar ao máximo a sua entrada na hemodiálise e, caso isso seja necessário, garantir que eles entrem na hemodiálise de uma forma mais pacífica, sem urgência.
De acordo com o Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, na região do Sul de Minas, para cada 100 mil habitantes, 60 possuem alguma doença renal. Como parâmetro para comparação, nos Estados Unidos são 160 pacientes para cada 100 mil habitantes, mas isso não significa que o Brasil está melhor. Existe um subdiagnóstico no Brasil que precisa ser revertido.
O HE possui um Ambulatório de Doença Renal Crônica para que esses pacientes tenham oportunidade para se tratar antes de iniciar a diálise. O hospital atende pelo SUS, em Itajubá e região, 71 pacientes em tratamento hemodialítico e mais de 350 pacientes em tratamento conservador, um dado preocupante, pois indica que as pessoas que precisavam estar em tratamento não o estão fazendo. Hoje, o HE oferece cerca de 50 consultas por mês de tratamento conservador e tem a capacidade de atender 150 pacientes por mês.
Sobre o transplante de rins, Mesquita explica que o procedimento é necessário a partir do momento que o paciente precisa da diálise. O ideal seria fazer o transplante antes de o paciente entrar na diálise, no entanto a realidade não é essa. Hoje a hemodiálise funciona como uma ponte, que permite a esses pacientes uma vida mais confortável.
A fila do transplante não leva em consideração a ordem de entrada, mas critérios de compatibilidade. Um indivíduo pode entrar na fila e conseguir o transplante em dias ou anos dependendo disso.
Para o transplante renal existem dois tipos de doadores, o doador vivo e aquele falecido. O doador vivo pode dispor de um dos rins e o transplante é permitido naturalmente entre familiares até o 4º grau. Para que um amigo doe, é preciso uma autorização judicial, do Comitê de Ética do Hospital e da Central de Transplantes. Além disso, é feita uma série de exames para que de fato o transplante seja uma alternativa positiva ao paciente, sem gerar transtornos para o mesmo.
O doador falecido é aquele que se encontra em morte cerebral. Para determinação desse diagnóstico são realizados dois exames clínicos, pelo neurologista e também pelo médico da UTI, e um exame complementar. O intervalo dos exames clínicos deve ser de no mínimo 6 horas e após a realização dos exames o hospital está autorizado a abordar a família sobre a doação, podendo ela aceitar ou não.
Com a autorização da família é feito o contato com as equipes de captação de órgãos e o processo todo leva em torno de 24 horas, uma vez que o órgão pode passar apenas poucas horas fora do corpo até ser implantado.
Pessoas interessadas em mais informações sobre a doação de órgãos, tanto para doares como receptores, e também sobre qualquer tratamento para doenças renais, podem entrar em contato com o Centro de Nefrologia HE (35) 3629 7606.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM