Despedir-se do ano que termina e aguardar o novo ano nunca mais significará o mesmo, a partir de 2020.
Por fim entendemos que nada mudará magicamente, apenas porque soou a meia noite.
2021 será como 2020, porque sempre foi assim. Nós é que não sabíamos disso.
Apenas a pandemia é que nos mostra agora que, se nada mudar entre os homens, nada mudará no ano novo; que somos nós que fazemos o ano novo, assim como fizemos o velho e todos os outros.
O mundo vai continuar sendo um lugar de fome e de frio, de morte e de solidão, apesar dos votos de felicidade que escreveremos aos amigos.
Crianças continuarão sendo recrutadas para o crime, apesar dos nossos cândidos desejos de paz e harmonia no mundo.
A miséria continuará a andar entre nós com o seu esgar disforme, se apenas desejarmos prosperidade para o novo ano nos nossos escritos bem elaborados e criativos, preparados especialmente para as redes sociais.
Enquanto não nos indignarmos com a fome, a miséria e a violência, enquanto não nos sentirmos envergonhados quando uma criança nos pedir esmola, enquanto não odiarmos a violência nas ruas e nas festas de jovens, é inútil perder tempo gastando palavras inúteis de esperança para o novo tempo.
Mas se começarmos a nos sentir responsáveis por mudar a realidade da micro região à nossa volta, então sim, seremos dignos de desejar um Ano Novo melhor!
Feliz 2021 (e 2022, 2023…) a você, leitor!