Entre os dias 23 e 29 de novembro aconteceu a 7ª Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF), uma iniciativa do Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF), que promoveu ações de educação financeira no país. A educação financeira tem como objetivo conscientizar o indivíduo sobre a importância do planejamento financeiro, para que desenvolva uma relação equilibrada com o dinheiro e decisões acertadas sobre finanças e consumo.
Entre as várias ações realizadas, foi feito o lançamento do livro “Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) – Em Busca de um Brasil Melhor”. Organizada pela professora Claudia Forte, superintendente da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil), a obra, disponibilizada gratuitamente para download no site da AEF-Brasil (www.aefbrasil.org.br), desde o dia 23 de novembro, registra o legado da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) ao longo dos últimos dez anos e traz os marcos regulatórios e as boas práticas da rede de educação financeira, projeto desenvolvido e executado pela AEF-Brasil em parceria com as universidades federais de Itajubá (MG), da Fronteira Sul (RS), do Tocantins e da Paraíba e as respectivas secretarias estaduais de Educação.
Vale lembrar que a ENEF foi instituída pelo Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, posteriormente revogado pelo Decreto nº 10.393, de 09 de junho de 2020, que instituiu a nova Estratégia Nacional de Educação Financeira e o Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF).
De acordo com a professora Claudia Forte, os cases descritos no livro revelam uma vasta gama de experiências na formação de professores e como os docentes capacitados pelas universidades citadas levam o tema da educação financeira no contexto de suas disciplinas em sala de aula para o chão da escola e como isso reflete na comunidade do entorno.
Os professores André Luiz Medeiros e Moisés Diniz Vassallo e os tutores Fabienne Mara Ferreira Matos e Leandro Lopes Trindade, que pertencem ao Instituto de Engenharia de Produção e Gestão (IEPG), e o professor José Gilberto da Silva, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Tecnologia da Informação (IESTI) da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), contribuíram na elaboração do capítulo 8 – “A educação financeira nas escolas: a experiência da formação de professores no pólo do estado de Minas Gerais” – do citado livro.
Os capítulos 5 a 8 do livro apresentam experiências relatadas por professores doutores coordenadores dos cursos nas universidades dos quatro estados acima citados onde foram consolidados polos de educação financeira, com os resultados de cada curso e um panorama das ações e projetos dos alunos cursistas, que são os professores de ensino fundamental e médio da rede pública.
Estrutura do livro
A apresentação da obra foi escrita pelo presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e da AEF-Brasil, Isaac Sidney. O livro foi dividido em nove capítulos que abordam temas como a importância da educação financeira, análise de ações realizadas pela AEF-Brasil e até um mapeamento de pesquisas e estudos sobre educação financeira no Brasil.
Além do material elaborado por servidores docentes e técnicos da UNIFEI, os demais capítulos do livro procuram dissertar sobre temáticas relevantes que envolvem os principais aspectos desenvolvidos pela AEF-Brasil e também por professores e pesquisadores que buscam a disseminação e pesquisas sobre educação financeira no país.
Primeiros capítulos
O capítulo 1 – “Educação financeira: por que precisamos dela?” –, elaborado pela mestra Adriana Toledo, procuradora do Banco Central e chefe do Departamento de Administração e Finanças (DEAFI) da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), aborda a compreensão da necessidade de educação financeira e o papel da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), marcos regulatórios e governança do Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF), além de trazer a atualização sobre a nova governança estabelecida no Decreto nº 10.393, de 09 de junho de 2020, cuja a composição é feita apenas por membros e organismos de governo, não havendo mais a participação da sociedade civil.
O capítulo 2 – “O papel da AEF-Brasil na execução da estratégia nacional” – desenvolvido por Claudia Forte, narra a experiência da AEF na execução de projetos e programas de educação financeira para a comunidade escolar e para os adultos em vulnerabilidade, como mulheres beneficiárias do programa Bolsa Família e aposentados em condição de superendividamento, além de apresentar todo o portfólio desenvolvido e disponibilizado para a sociedade no site https://www.vidaedinheiro.gov.br/.
O capítulo 3 – “A participação do setor privado e a importância das alianças multissetoriais para o desenvolvimento da ENEF” – foi elaborado pelo mestre Thiago Godoy Nascimento, diretor de Educação Financeira da XP Investimentos. Já o capítulo 4 – “A educação financeira, a BNCC e o currículo: contextos e desafios das escolas públicas brasileiras” –, desenvolvido pela professora Sandra Zita Silva Tiné e pela mestra Alessandra Camargo Godoi, apresenta pesquisa feita em documentos norteadores da Educação de cada um dos 27 estados brasileiros sobre a inserção do tema nos projetos pedagógicos.
Demais capítulos
O capítulo 5, elaborado pelo professor Bruno F. Frascaroli, aborda “A experiência do polo de educação financeira do estado da Paraíba”. No capítulo 6, escrito pelos professores Juliana Aguiar de Melo e Waldecy Rodrigues e pelas mestras Gisele Barbosa de Paiva e Alessandra Camargo Godoi, é relatada a “Trajetória da educação financeira nas escolas do Tocantins: do programa piloto à consolidação do polo de formação de professores na Universidade Federal do Tocantins”. E o capítulo 7, desenvolvido pelos professores Larissa de Lima Trindade e Élsio José Corá, trata da “Experiência da formação de professores em educação financeira no estado do Rio Grande do Sul”.
Por fim, o capítulo 9 – “Mapa das fontes de pesquisa da Educação Financeira no Brasil” – também sob a responsabilidade da professora Claudia Forte, apresenta, em forma de bibliometria, a produção acadêmica referente a mais de 450 teses, dissertações, TCC´s e artigos de autores brasileiros, além de mais de 300 sites e outras mídias que disponibilizam conteúdo de forma gratuita. Todo o capítulo está disposto em forma de QR Code para facilitar a localização dos trabalhos de pesquisa da comunidade científica.