Mas saltam à minha vista as notícias: estupros, mortes violentas de crianças. Fome, injustiças. Dores profundas que um ser humano provoca em outro.
A humanidade parece funcionar assim desde o início: a posse, a dominação, o mando, parecem ser os valores cultivados.
Verdade que há atitudes inaceitáveis hoje, que seriam comuns antigamente. Muitas, aliás.
Mas, convenhamos: parece que elas se transformaram em outras mais sutis, mas igualmente condenáveis.
Explico: um homem, hoje, não agride impunemente uma mulher; mas a sociedade a discrimina como inferior. As agressões são mais discretas, mas estão lá, ferindo como antes.
O mundo moderno é falso, enganador.
A diferença entre ricos e pobres, a cada crise econômica se aprofunda. Ricos vão se tornando vergonhosamente mais ricos, e cada vez mais pobres perdem a esperança de viver.
E o ser humano comum (eu e você, só pra não deixar dúvida) não se incomoda, não se horroriza.
Estamos a caminho dos 400 mil mortos em um ano, e os números já não nos chocam mais.
Hoje estou amarga, com raiva da humanidade.
Não me peçam uma só palavra de consolo, um sentimento apenas de empatia.
Hoje meu coração sangra, e eu não posso mais falar.
Rezem todos por nós!